Bolsonaro e Valdemar Costa Neto atuaram de forma dolosa ao pedir anulação de votos, diz PF
PF indiciou o ex-presidente da República, o presidente do PL e outras 35 pessoas por tentativa de golpe de Estado
A Polícia Federal aponta no relatório final da investigação sobre tentativa de golpe de Estado que o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, agiram de maneira dolosa — ou seja, com intenção — ao peticionar na Justiça Eleitoral um relatório pedindo a invalidação dos votos de milhares de urnas. A PF indiciou os dois e outras 35 pessoas, a maioria militares, por tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa.
Conforme a PF, análise do conteúdo dos dispositivos apreendidos com um dos investigados "trouxe novos elementos de prova que demonstraram a atuação dolosa" de Bolsonaro, Valdemar e de Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, dono do Instituto Voto Legal "no ato de peticionamento da representação eleitoral.
"Os investigados tinham plena ciência de que os 'argumentos técnicos', que serviram de fundamento para a ação, eram falsos, não provando qualquer fraude ou irregularidade no sistema das urnas eletrônicas, que desacreditasse o pleito realizado em outubro de 2022", pontuou a PF.
Para a polícia, a representação "foi o último ato do grupo investigado para contestar formalmente o resultado das eleições presidenciais".
"A cronologia dos fatos apresentados demonstra que os investigados utilizaram, de forma coordenada, diversos meios para disseminar informações falsas sobre o processo eleitoral brasileiro", explicou a PF.