Golpe

PF: Bolsonaro sabia de carta golpista para incitar militares e pressionar comando do Exército

Investigação apura tentativa de golpe de estado após as eleições de 2022

Jair Bolsonaro entre os generais Paulo Sérgio Nogueira e Marco Antônio Freire Gomes: militares foram citados pelo hacker Walter Delgatti à CPI - Cristiano Mariz

A Polícia Federal aponta, no relatório, que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia e concordava com a elaboração de uma carta intitulada "Carta ao comandante do Exército de oficiais superiores da ativa do Exército Brasileiro". Segundo a PF, a carta era uma "estratégia para incitar os militares e pressionar o Comando do Exército a aderir à ruptura institucional".

""As trocas de mensagens evidenciam que a confecção e disseminação da Carta com teor golpista, assinada por oficiais do Exército era de conhecimento e anuência do então presidente da República JAIR BOLSONARO, sendo uma estratégia para incitar os militares e pressionar o Comando do Exército a aderir à ruptura institucional", diz o documento.

No documento, os investigadores citam uma troca de mensagens entre o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e Sergio Cavaliere no dia 26 de novembro de 2022, dias antes de a carta ser divulgada. Segundo a PF, nesse momento s investigados "ainda estavam ajustando o teor e a forma de divulgação da Carta golpista".

Na troca de mensagens entre Cavaliere e Cid, Cavaliere pergunta ao tenente-coronel: "01 sabe disso?". De acordo com a PF, no termo de declarações prestado à corporação, Cavaliere foi questionado sobre a pergunta feita a Cid e confirmou que o termo "01" seria uma referência ao então presidente da República.

"O declarante disse que queria saber se JAIR BOLSONARO tinha conhecimento da 'Carta aberta'", diz a PF.