Ramagem municiou Bolsonaro com estratégias de ataques às instituições democráticas, diz PF
Segundo a polícia, quando ocupava o cargo de diretor da Abin, o atual deputado federal também solicitou e recebeu documentos que atacavam o sistema eleitoral
O relatório final do inquérito da Polícia Federal que apurou uma tentativa de Golpe de Estado apontou que o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), então chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), municiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com estratégias de ataques às instituições democráticas. Segundo a polícia, Ramagem também solicitou e recebeu documentos que atacavam o sistema eleitoral.
"O cotejo dos fatos elencados demonstra que Alexandre Ramagem atuou de forma proativa, de um lado, como chefe da Abin, solicitando e recebendo documentos que atacavam o sistema de eleitoral brasileiro, do outro, assessorando e municiando o então presidente Jair Bolsonaro com estratégias de ataques às instituições democráticas, ao Poder Judiciário e seus respectivos membros, bem como ao sistema eleitoral de votação, especialmente as urnas eletrônicas", ressaltou a polícia.
No relatório, a PF aponta que foram encontrados elementos que comprovam que Ramagem, na condição de diretor-geral da Abin, "utilizou-se do cargo para determinar a produção de relatórios ilícitos que pudessem reunir dados de interesse da organização criminosa com o fim de atacar o sistema eleitoral brasileiro".
"Tais dados, conforme restou evidenciado, serviram para subsidiar o então presidente Jair Bolsonaro durante os ataques proferidos as urnas eletrônicas em live realizada no dia 29 de julho de 2021. O documento intitulado ‘‘Presidente TSE informa.docx’’, produzido por Ramagem e destinado ao presidente Jair Bolsonaro, tem data de criação em 10 de julho de 2021 e última modificação em 27 de julho de 2021, dois dias antes da referida live", explicou.