Votação do pacote de corte de gastos anunciado pelo governo deve se estender até 2025, dizem líderes
Executivo pretende economizar até R$ 70 bilhões em dois anos
A votação no Congresso do pacote de corte de gastos anunciado nesta quarta-feira pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) deve se estender até o ano que vem, de acordo com líderes partidários.
As medidas serão fatiadas em diversos projetos. O Executivo pretende economizar R$ 70 bilhões em dois anos com as iniciativas, que foram apresentadas a congressistas em uma reunião no Palácio do Planalto nesta tarde.
— A previsão é votar nesse ano uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) e um PLP (Projeto de Lei Complementar). A reforma da renda fica para o ano que vem — afirmou o líder do governo na Câmara, José Guimarães.
O líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), complementou afirmando que há a intenção de líderes de outras siglas de votar parte do pacote nas semanas que restam até o recesso parlamentar. A ideia é que as votações ocorram antes de o Orçamento de 2025 ser analisado.
De acordo com relatos de líderes, Lira disse que a Câmara vai fazer sessões de esforço concentrado para aumentar o número de sessões da Casa e acelerar a votação do pacote.
No Senado, a avaliação é que ao menos parte do pacote pode ser analisada neste ano, depois da conclusão da regulamentação da Reforma Tributária, vista como prioridade na Casa.
— Por força da atenção especial para concluirmos a Tributária, creio que não tenhamos tempo hábil (para a aprovação do pacote). Mas como elas vem “fatiadas”, é possível que alguma possa ser votada — disse o vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).
Para o líder do União Brasil, Efraim Filho (PB), a aprovação do pacote neste ano exigiria forte consenso.
— Um tema como esse, para caminhar nas duas Casas nesse tempo exíguo, teria de ser praticamente consenso. E em virtude da polarização, e do próprio teor do projeto, se está longe de alcançar isso de forma imediata.