Caso Gisely Kelly: empresário é condenado a mais de 26 anos de prisão por feminicídio da namorada
Julgamento de Wilson Campos de Almeida Neto terminou nesta quinta-feira (28), no Recife
A Justiça condenou o empresário Wilson Campos de Almeida Neto a 26 anos e oito meses de prisão pelo assassinato da namorada Gisely Kelly Tavares dos Santos, em 19 de julho de 2017.
O júri, presidido pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima, considerou Wilson Neto culpado pelo crime de homicídio qualificado, por motivo fútil, sem dar chance de defesa à vítima, além de feminicídio. A sentença saiu na tarde de quinta-feira (28).
O julgamento, que teve início na quarta-feira (27), foi realizado no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no bairro da Joana Bezerra, no Recife.
Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o réu foi preso após o julgamento.
Inicialmente, a pena do homem deve ser cumprida em regime fechado. A defesa de Wilson Neto, porém, já entrou com pedido de recurso, em relação à condenação.
Relembre o caso
No dia 19 de julho de 2017, a vítima, com 37 anos, foi encontrada morta com tiros na cabeça, sem roupa, no apartamento onde morava o réu, localizado no bairro do Rosarinho, Zona Norte do Recife.
Wilson foi preso e direcionado para o Centro de Observação e Triagem Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife.
Imagens de circuito interno do prédio em que o casal residia mostravam os dois chegando juntos ao imóvel, por volta da 1h, após a comemoração do aniversário da vítima.
Pouco mais de 30 minutos passados, Wilson sai sozinho, carregando uma bolsa com roupas. A arma de fogo dele estava em um cofre localizado dentro do apartamento do casal.
Na época do crime, a prima da vítima revelou à Folha de Pernambuco que o crime teria sido motivado pela decisão de Gisely de voltar com o ex-marido. Ela também falou sobre o comportamento de Wilson, no cotidiano dos dois. Segundo Zenaide Fernanda, ele era agressivo.
"Os vizinhos comentavam, a família percebia, e já tinha atirado dentro do prédio, em outra situação. Ele [Wilson] teria visto trocas de mensagens no celular dela [Gisely] com o ex-marido, e a perícia reconhece que ela foi assassinada por motivo fútil, sem chance de defesa", relembra.