CÂMBIO

Rui Costa fala em dialogar com o mercado após dólar disparar

Ministro da Casa Civil também criticou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto

Os ministros Fernando Haddad (e) e Rui Costa (d) durante coletiva sobre o pacote de gastos do governo - Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quinta-feira (28) que a equipe econômica vai buscar diálogo com o mercado, que vai se acalmar, na sua avaliação, com as medidas de ajuste fiscal apresentadas na quarta-feira (27) pelo governo forem esclarecidas.

— O que se cobrava foi 100% atendido. O que se dizia é que estava trazendo para valor presente uma incerteza futura de desalinhamento entre receita e despesa e que haveria um descompasso no médio e longo prazo entre o arcabouço e o ritmo das despesas. E as medidas adotadas trazem para dentro do arcabouço a projeção de médio e de longo prazo de todas as despesas.

Rui Costa atacou o presidente do Banco Central, Roberto Costa Neto, cujo mandato se encerra em 31 de dezembro.

— Nós estamos em contagem regressiva, para ter um Banco Central que tenha um olhar para o Brasil, dirigido por quem mora no Brasil e não mora em Miami, para quem tem sua família residindo no Brasil, para quem tem esperança em seu futuro pessoal, profissional, vinculado ao Brasil e não ao exterior.

Campos Neto vive no Brasil, mas costuma despachar de Miami. Indagado se o BC deveria atuar para conter a alta do dólar, o ministro da Casa Civil respondeu:

— O que não pode que nos causou indignação, todo esse questionamento de hoje foi deliberadamente, em nossa opinião, motivado e startado (iniciado) pela atual direção do Banco Central, que, na minha opinião, numa visão política, de boicote ao governo, ficou criando uma sensação permanente de instabilidade. Vai para fora do Brasil, só vive falando mal do Brasil. Toda palestra que vai, fala mal do Brasil.

Rui Costa ainda revelou que Lula deve indicar na sexta-feira ou no início da próxima os nomes para assumirem as três diretorias do Banco Central que ficarão vagas a partir de 31 de dezembro: a de política monetária, regulação e relacionamento, cidadania e supervisão de conduta.

Disse que o presidente fará uma pequena cerimônia na semana que vem para posse de Gabriel Galípolo, o novo presidente.