TRABALHO

Desemprego cai para 6,2% em outubro, menor taxa da série histórica; Brasil tem recorde de ocupados

Expansão das vagas foi puxada pela indústria, construção e outros serviços, que criaram mais de 750 mil postos de trabalho no trimestre

Carteira de trabalho - Tony Winston/Agência Brasília

Com a ocupação batendo recorde, o percentual de desempregados no país caiu para 6,2% no trimestre encerrado em outubro. Trata-se da menor taxa já registrada na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Antes disso, o menor nível foi registrado em dezembro de 2013, quando ficou em 6,3%.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo instituto nesta sexta-feira.

O resultado veio em linha com a estimativa dos analistas, que projetavam desemprego na casa de 6,2%, segundo mediana das projeções da Bloomberg.

Recorde de ocupados
Segundo o IBGE, a queda do desemprego é um reflexo do maior número de trabalhadores, que chegou a 103,6 milhões - o maior contingente da série histórica. Os números também são recorde no setor privado, com 53,4 milhões de empregados, dos quais 39 milhões têm carteira assinada e 14,4 milhões trabalham sem carteira, ambos os maiores números já registrados.

Para Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, o resultado reflete a expansão da ocupação ao longo do ano. Ela cita que o nível de ocupação atingiu 58,7% no trimestre encerrado em outubro, superando o recorde anterior de 58,5%, registrado em 2013. O indicador mede a proporção de pessoas com 14 anos ou mais que estão trabalhando.

Indústria, construção e outros serviços puxam emprego
Mais de 1,6 milhão de brasileiros ingressaram no mercado de trabalho no trimestre móvel encerrado em outubro, uma alta de 1,5% em relação ao período de maio a julho. Três das dez atividades analisadas pela pesquisa impulsionaram o aumento da ocupação.

A indústria absorveu mais 381 mil trabalhadores, um aumento de 2,9% da mão de obra. Já a construção teve alta de 2,4%, incorporando 183 mil trabalhadores. O segmento de outros serviços, por sua vez, cresceu 3,4%, somando 187 mil ocupados.

Ao todo, essas atividades foram responsáveis por 751 mil novos postos de trabalho no trimestre.

— Esses três grupamentos responderam por quase metade do crescimento total da ocupação no período — destaca Adriana.

Massa salarial cresce 7,7% no ano
O rendimento de todos os trabalhos (já descontado a inflação) ficou em R$ 3.255, sem variação estatisticamente significativa frente ao trimestre. No ano, contudo, a alta é 3,9%.

Já a massa de rendimento (soma das remunerações de todos os trabalhadores) chegou a R$ 332,6 bilhões. A alta foi de 2,4% no trimestre (mais R$ 7,7 bilhões) e 7,7% (mais R$ 23,6 bilhões) no ano.

Adriana, do IBGE, explica que a massa de rendimentos cresceu nas comparações trimestral e anual devido ao aumento do número de pessoas trabalhando e recebendo rendimentos.

Pnad x Caged
A Pnad traz informações sobre trabalhadores formais e informais. A pesquisa é divulgada mensalmente, mas traz informações trimestrais. A coleta de dados é feita em regiões metropolitanas do país.

Já a pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho só traz informações sobre trabalho com carteira assinada, com base no que as empresas informam ao ministério. Os dados são mensais.

Os números mais recentes do Caged foram divulgados nesta semana e mostraram que o Brasil abriu soma 132,7 mil em outubro.