PRECONCEITO

Denúncia de Leidy Elin contra racismo após o BBB 24 inclui 43 internautas e influencers

Por conta de ataques virtuais depois de participar do programa, influencer se trancou dentro de casa e foi diagnosticada com depressão

Leidy Elin participou do Big Brother Brasil 24 - Reprodução/Instagram

Leidy Elin deu o primeiro passo na terça-feira (26) contra internautas que proferiram ofensas racistas em plataformas digitais durante e após sua participação no Big Brother Brasil 24.

A influencer registrou queixa na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), na região central do Rio de Janeiro, contra 43 pessoas, incluindo influencers que destilaram discurso de ódio em mídias como Facebook, Twitter, Instagram, TikTok e Kwai e está confiante de que serão todas responsabilizadas.

As falas preconceituosas direcionadas à influencer por meio de perfis anônimos — vários deles hoje apagados — incluíam ''mucama'', ''volta para a senzala'', ''escravizada traidora''. Em meio à situação, a mãe de Leidy, Carla, chegou a ser hospitalizada por conta dos ataques sofridos pela filha. Já a ex-BBB foi diagnosticada com depressão e chegou a se trancar dentro de casa por se sentir insegura.

— Comparecemos à delegacia para conversar olho no olho com a polícia, não só de forma virtual, como já vínhamos fazendo com os protocolos. A Leidy falou sobre o que ela passou — conta o advogado Guy Simões, que representa a ex-BBB junto com Pedro Ramos.

Simões afirma que, para surpresa sua e de Leidy, já havia uma outra denúncia, aberta de maneira anônima por um seguidor da influencer, também pela mesma motivação. A ação é contra ''dois influencers bem conhecidos no Twitter e Instagram''. O advogado diz não saber, entretanto, se se os dois inquéritos serão unificados ou se vão correr em separado.

Ele ainda considera que a ação de Leidy — que já cursou Direito, antes da entrada no BBB — é um incentivo para que outras pessoas que sofrem com preconceito possam também denunciar.

— Os crimes de preconceito, na maioria das vezes, não têm punição, seja por conta do próprio sistema, que é intolerante, ou da própria vítima, que não se sente segura em seguir, não acredita na justiça e se sente insegura, além de lembrar o próprio abalo emocional sofrido — diz o advogado. — Mas estamos muito confiantes de que essa ação será julgada conforme a lei e que todas essas pessoas serão responsabilizadas, não só criminalmente, mas por indenização por danos morais.