Estudantes ocupam prédio da UFRPE contra reformas do Governo Federal

Alunos protestam contra a PEC 241, contra a gestão do ministro da Educação Mendonça Filho e governo de Temer

Estudantes ocuparam edifício da UFRPE - Reprodução/Facebook

Mais uma universidade pública de Pernambuco foi ocupada contra medidas tomadas pelo Governo Federal. Na noite da segunda-feira (24), foi a vez do Centro de Ensino de Graduação Obra-Escola (CEGOE) do campus Recife da Universidade Rural de Pernambuco (UFRPE).

Os estudantes protestam contra a PEC 241, contra a gestão do ministro da Educação Mendonça Filho e governo de Temer. Segundo a instituição de ensino, os estudantes não estão com pauta de reivindicações locais. Confira a nota do grupo de estudantes na íntegra ao final da matéria.

A ocupação se junta às ações na Universidade de Pernambuco (UPE), na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e no Instituto Tecnológico de Pernambuco (IFPE). Na UPE, os estudantes ocupam parte da reitoria, na avenida Agamenon Magalhães. No caso do IFPE, os alunos - também pedem um restaurante universitário no campus Recife - levantaram barracas de acampamento na área do espaço de convivência.

Cerca de 50 pessoas começaram uma ocupação no prédio do Centro de Educação da UFPE, na Zona Oeste do Recife. O movimento é formado principalmente por estudantes, mas também há professores e técnicos administrativos. Além da ocupação do prédio, manifestantes também realizaram um ato na BR-101, nas imediações da reitoria da UFPE, onde queimaram pneus e interditaram a via no sentido Ceasa.

Entenda

Aprovada em primeiro turno pela Câmara dos Deputados no dia 10 de outubro, a PEC 241 proposta limita o crescimento dos gastos públicos à inflação do ano anterior pelos próximos 20 anos. A PEC deve ser votada em segundo turno nesta terça-feira (25). Se aprovada, a PEC segue para o Senado.

Já a reforma do ensino médio foi instituída por meio de Medida Provisória (MP). O texto, que institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, será analisado primeiro por uma comissão mista e de lá enviado aos Plenários da Câmara e do Senado.

O novo modelo para o ensino médio, apresentado em setembro pelo governo Michel Temer (PMDB), flexibiliza o currículo da etapa, acaba com a obrigatoriedade de disciplinas de artes e educação física e traz um incentivo à expansão do ensino em tempo integral.

As mudanças terão implementação gradual nas redes de ensino dos Estados, a quem caberá definir a transição para o novo modelo. A expectativa do governo, no entanto, é ter turmas já com a nova proposta a partir de 2018. O novo modelo irá prever flexibilização do percurso do estudante. Hoje, todos os alunos do ensino médio devem cursar 13 disciplinas em três anos. Com a mudança prevista na MP, somente parte da grade -equivalente a cerca de 1 dos 3 anos da etapa- será comum a todos. Para o restante, haverá a opção de aprofundamento em cinco áreas: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e ensino técnico.

Nota de ocupação dos estudantes da UFRPE

O movimento estudantil da Universidade Federal Rural de Pernambuco, campus Sede, declara total repúdio aos inúmeros retrocessos causados por esse (des)governo golpista de Michel – FORA - Temer.

Diante disto, assumimos posição contrária à Proposta de Emenda Constitucional PEC nº 241/2016, que ataca por 20 anos o pleno desenvolvimento de uma educação pública, gratuita e de qualidade, bem como a garantia ao acesso à saúde e demais políticas sociais.

Da mesma forma, somos contra a Medida Provisória do Ensino Médio MP 746 e Escola Sem Partido, pois entendemos que a educação de qualidade e com pensamento político é um direito de todos.

Entendemos que existem outras maneiras de se combater a crise econômica, através de um debate democrático, amplo e participativo, em que não seja direcionado à sociedade as contas da crise burguesa e da má gestão deste governo, que trata saúde, educação e assistência social como GASTOS e não investimentos, enquanto continua a direcionar 42% do PIB para amortização da dívida pública.

Em caráter de votação decidimos dar início a ocupação do Centro de Ensino e Graduação Obra-Escola – CEGOE, a partir da data 24 de outubro de 2016, declaramos total apoio as Instituições de ensino público ocupadas no país inteiro e convidamos a comunidade acadêmica e do entorno para somar à nossa luta.

Recife, 25 de Outubro de 2016.

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