TECNOLOGIA

BNDES aprova mais R$ 200 milhões para empresa da Embraer fabricar 'carro voador' no Brasil

É o segundo financiamento aprovado pelo banco de fomento para a companhia neste trimestre, num total de R$ 700 milhões

Protótipo em tamanho real da aeronave elétrica da Eve - Eve/Embraer/Divulgação

O BNDES aprovou um empréstimo de R$ 200 milhões para a Eve, subsidiária da Embraer que desenvolve "carros voadores", os chamados eVTOLs (sigla em inglês para “veículo elétrico de pouso e decolagem vertical”), para a construção dos próximos protótipos do projeto na fábrica da empresa, em Taubaté.

É o segundo empréstimo anunciado pelo banco de fomento à empresa neste quarto trimestre. Outro financiamento, de R$ 500 milhões, foi aprovado em outubro, para a construção da fábrica da Eve.

Esses R$ 700 milhões de 2024 se somam a um primeiro empréstimo, contratado em janeiro de 2023, de R$ 490 milhões.



O Evtol da Eve é um dos projetos do tipo mais avançados no mundo, com mais de 3 mil encomendas. A empresa já construiu um protótipo e, no início de novembro, a aeronave recebeu autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, disse, em nota, que “além de apoiar um projeto inovador”, o banco está investindo “em uma indústria de tecnologia disruptiva, que também é verde, contribuindo para o fortalecimento da indústria nacional no mercado mundial e para a transição energética”.

Recursos vêm do Fundo Clima
O BNDES ressaltou, na nota, que os recursos do novo financiamento para a Eve vêm do Fundo Clima.

O instrumento financeiro, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), tem o banco como operador financeiro. Desde fins de 2023, vem sendo turbinado, pelo Tesouro Nacional, com recursos levantados do lançamento de “títulos verdes” no exterior.

Uma das estratégias após a guinada do BNDES sob o comando de Mercadante tem sido turbinar fundos públicos operados pelo banco, como forma de ampliar os recursos disponíveis para emprestar. Alguns desses fundos são subsidiados, com juros abaixo das taxas de mercado, como é o caso do Fundo Clima.

Parte dos empréstimos para a Eve vem do BNDES Mais Inovação, linha para o financiamento de novas tecnologias criada pela diretoria de Mercadante, que também tem juros mais baixos.

A operação de R$ 490 milhões contratada em janeiro de 2023, por exemplo, tem juro de 1% ao ano numa parcela de R$ 410 milhões – os R$ 80 milhões restantes, oriundos do Fundo Clima, têm juro de 4,5% ao ano, também abaixo das taxas de mercado.

O CEO da Eve, Johann Bordais, disse, na nota divulgada pelo BNDES, que o novo financiamento “fortalece ainda mais nossa posição financeira e fornece os recursos necessários para atingir nossos principais marcos, incluindo a certificação e a comercialização”.