Folha Saúde

H Visão: avanços tecnológicos nas cirurgias oftalmológicas

O oftalmologista do H Visão, João Vilaça, detalha os avanços tecnológicos que promovem recuperação mais rápida e uma visão ainda melhor para os pacientes

João Vilaça, oftalmologista do H Visão. - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Com as novas tecnologias e o avanço da medicina, nos últimos anos, as cirurgias oftalmológicas, especialmente as de catarata e refrativas, têm vivenciado uma verdadeira revolução tecnológica. 

Novas técnicas e dispositivos surgiram, trazendo uma experiência mais segura, precisa e eficiente para os pacientes. De acordo com o oftalmologista do H Visão, João Vilaça, a cirurgia de catarata, uma das mais realizadas no mundo, avançou consideravelmente na última década. 

“Nos últimos dez anos, a cirurgia de catarata foi uma das que mais evoluiu na medicina, tanto em termos de técnica cirúrgica quanto nos avanços das lentes intraoculares. A grande inovação foi o uso de lasers em várias etapas da cirurgia, o que traz mais segurança, previsibilidade de resultados e uma recuperação visual mais rápida”, explica o médico.

Evolução
O uso de novas ferramentas, como os lasers, permitiu que as incisões necessárias para a cirurgia fossem menores, o que torna o procedimento menos invasivo. Além disso, os microscópios cirúrgicos de última geração proporcionam uma visualização muito mais precisa do olho, garantindo que o cirurgião tenha total controle sobre o procedimento. 

“Hoje, indicamos a cirurgia de catarata mais precocemente, enquanto antes ela só era realizada em casos mais avançados”, afirma o oftalmologista.

Esses avanços tecnológicos também resultaram em uma recuperação mais rápida, e com menos desconforto para os pacientes. Vilaça enfatiza que o uso do laser trouxe uma precisão inédita para o procedimento, minimizando os riscos de complicações.

“Com o laser, a recuperação é mais rápida, e os resultados são mais previsíveis. Isso reflete diretamente na vida do paciente, que consegue retomar suas atividades normais em um tempo muito menor”, conta o especialista. 

Impacto
Outro avanço importante destacado pelo oftalmologista é a evolução das lentes intraoculares (LIOs) fáquicas, que se tornaram uma solução cada vez mais personalizada, que não só corrigem a catarata, mas também podem eliminar a necessidade de óculos.

“Temos lentes intraoculares multifocais, trifocais e de foco estendido, que proporcionam uma visão clara em todas as distâncias, seja para perto, longe ou intermediária, oferecendo maior independência dos óculos.”, explica Vilaça.   

As lentes são capazes de restaurar a visão com uma qualidade que, muitas vezes, supera a que o paciente tinha antes da cirurgia. 

É o que atesta o comerciante Edimilson Wanderley, de 70, que é acompanhado pelo médico há dez anos e realizou a cirurgia de catarata com implante de lente multifocal. “O pós-operatório foi muito tranquilo, não senti nenhuma dor. Hoje posso ler tudo com uma visão de jovem, voltei a enxergar sem sentir qualquer necessidade de usar óculos. Ao renovar a carteira de motorista, passei no exame de primeira!”, relata o paciente. 

O uso de equipamentos de ponta permite precis~çao e recuperação rápida na cirurgia de cataratas. Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco.

Além disso, para pacientes com graus de miopia ou hipermetropia elevados, que não podem ser corrigidos com laser, as lentes fáquicas são uma solução inovadora que podem ser implantadas no olho sem remover o cristalino natural.

As cirurgias refrativas, como Lasik e PRK, também passaram por inovações tecnológicas. O objetivo dessas cirurgias é corrigir erros refrativos, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, e permitir que o paciente deixe de depender de óculos ou lentes.

João Vilaça explica que “o laser hoje é mais rápido e consome menos tecido, o que permite operar córneas mais finas e com irregularidades. Isso é um avanço importantíssimo, pois amplia o leque de pacientes que podem ser submetidos a essas cirurgias, mesmo aqueles com condições oculares mais complicadas”.

Uma das novas técnicas é a TransPRK, uma evolução da técnica PRK tradicional, que não exige que o cirurgião toque na córnea. “Isso torna o procedimento menos invasivo e acelera o processo de cicatrização”, esclarece o médico.

Futuro
 A Inteligência Artificial (IA), ainda segundo o oftalmologista, começou a ser inserida de forma promissora nesse campo.  

“Embora em estágios iniciais, a IA já começa a mostrar seu potencial. Hoje, ela está sendo aplicada principalmente em exames de diagnóstico, especialmente em doenças da retina e glaucoma.”

O uso de algoritmos de machine learning em aparelhos de diagnóstico já é capaz de identificar padrões que, muitas vezes, passam despercebidos ao olho humano, oferecendo diagnósticos mais precisos e em menor tempo. 

“Estamos caminhando para um cenário em que a IA auxiliará na escolha da melhor lente intraocular para cada paciente, considerando uma vasta gama de parâmetros como a estrutura ocular, hábitos de vida e até predisposições genéticas”, prevê. 

Essa possibilidade pode tornar os resultados das cirurgias de catarata e refrativas ainda mais personalizados, garantindo uma qualidade visual superior.

Outra possibilidade de aplicação futura da IA é a automatização parcial de procedimentos cirúrgicos. A tecnologia poderia ajudar os cirurgiões a realizar etapas críticas da cirurgia, reduzindo ao máximo a margem de erro humano.

Para João Vilaça, a chave está em integrar essas inovações tecnológicas com a expertise humana.  “Ainda estamos no começo dessa jornada. A implementação de IA em larga escala requer investimentos pesados em tecnologia e treinamento de profissionais. Além disso, é essencial haver regulamentações adequadas para garantir que o uso da IA seja seguro e ético”, pondera o médico. 

Enquanto isso, os avanços recentes em cirurgias de catarata e refrativas já estão transformando a forma como a oftalmologia é praticada.

“A tecnologia é uma ferramenta poderosa, mas o olho humano é complexo e único. O futuro da oftalmologia está em encontrar o equilíbrio perfeito entre as duas coisas: a precisão da máquina e o conhecimento do médico”, conclui o especialista.