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Cicatrizes discretas e resultado natural: entenda transplante capilar feito por Gustavo Marsengo

Crescimento de demanda criou até rotas de turismo capilar, com Turquia sendo referência

Cicatrizes quase imperceptíveis e resultado natural: como funciona transplante capilar feito pelo ex-BBB Gustavo Marsengo - Reprodução

O ex-BBB Gustavo Marsengo foi submetido a uma cirurgia de implante capilar, mas acabou chocando seus seguidores ao compartilhar imagens de seu pós-operatório, quando surgiu com o rosto inchado. Noivo da também ex-BBB Laís Caldas, ele tranquilizou os fãs e afirmou que os problemas poderiam ser resultado do fato de ele ter dormido de lado, sobre o local submetido ao procedimento, o que seria contraindicado no estado dele.

"Atualizando aqui o estado, olha. Já está bem melhor meu olho. Estou piscando, está menos inchado. Agora só parece que eu saí de uma briga. Está melhor, deu uma inchadinha agora porque eu estava vendo um documentário do Senna, e confesso que foi difícil não chorar", contou Marsengo.

 

Como funciona a técnica?
O transplante capilar — expressão hoje considerada mais adequada que “implante” — passou por uma metamorfose expressiva desde sua consolidação, há pouco mais de 20 anos, quando o microscópico foi incorporado ao procedimento. As técnicas atuais deixam cicatrizes quase imperceptíveis e um resultado mais natural, mesmo na linha da testa, onde no passado era fácil detectar o “cabelo de boneca” dos recém-transplantados.

O método mais recente é descrito por uma sigla em inglês, FUE (na tradução, “extração da unidade folicular”). A inovação principal está no rastro deixado na área doadora, que geralmente fica perto da nuca, onde os fios costumam ser à prova de queda. Ali, tradicionalmente se retira uma tira de couro cabeludo, deixando uma cicatriz linear. Hoje são mais comuns as microperfurações esparsas, com um instrumento em forma de cânula chamado punch. Essas marcas desaparecem entre os fios remanescentes, mesmo com o cabelo em corte mais curto.

O transplante capilar é indicado para casos de calvície chamada androgenética, ou seja, com origem nos genes e relacionada aos hormônios masculinos. Esse tipo de perda de cabelo hereditária costuma se manifestar já na casa dos 20 anos e se agravar com o tempo. É mais comum que o problema passe a incomodar depois dos 40. Fatores como estresse, alimentação e até a tração — penteados em coques apertados, como era o caso de Giusti — podem agravar a queda.

O crescimento de demanda criou até rotas de turismo capilar. Na Turquia, onde a forte concorrência entre clínicas especializadas criou preços atrativos, mais de 60 mil turistas do mundo todo desembarcam anualmente (em números de 2021) em busca do procedimento. Mas especialistas alertam que muitos desses centros carecem de higiene adequada e profissionais com a exigida formação.

Segundo dados da International Society of Hair Restoration Surgery (ISHRS), principal publicação do segmento do mundo, homens compõem a grande maioria (84,2%) dos pacientes de transplante capilar no mundo. Foram mais de 6 mil procedimentos do tipo no país em 2018, de acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

E se engana quem pensa que a antiga técnica de faixa, a FUT (de “transplante de unidade folicular”), foi completamente abandonada pelos cirurgiões. Por ser mais abrangente, é ainda indicada para áreas de calvície maiores, às vezes associada com o refinamento da FUE.