Carros de Schumacher, Lauda, Piquet e mais: Ex-chefão da F1 coloca à venda coleção de R$ 770 milhões
Acervo inclui 69 máquinas icônicas da elite do automobilismo reunidas por Bernie Ecclestone durante mais de 50 anos
O ex-chefe comercial da Fórmula 1 Bernie Ecclestone decidiu colocar à venda sua coleção de carros icônicos da elite da modalidade.
Estimado em mais de 100 milhões de libras (o equivalente a quase R$ 770 milhões, na cotação atual), o acervo é tido como o maior e mais completo do planeta no segmento (pode perder apenas para o do sultão de Brunei, de quem pouco se sabe sobre o patrimônio).
A coleção inclui 69 veículos adquiridos pelo empresário ao longo de 50 anos — muitos deles jamais foram vistos em público, já que Ecclestone sempre se mostrou reticente em exibi-los.
O magnata explicou que decidiu colocar os carros à venda porque tem 94 anos e não queria deixar para a mulher o fardo de resolver o que fazer com as relíquias após a sua morte. Os veículos vão de um Bugatti Type 54S de 1931 à Ferrari vencedora do campeonato de 2002, de Michael Schumacher. Eles serão vendidos individualmente por Tom Hartley Junior, especializado no segmento.
— Eu amo todos os meus carros, mas chegou a hora de começar a pensar no que acontecerá com eles se eu não estiver mais aqui, e é por isso que decidi vendê-los. Depois de colecionar e possuí-los por tanto tempo, gostaria de saber para onde eles foram e não deixá-los para minha mulher lidar se eu não estiver por perto — disse ele, em declarações reproduzidas pela revista Motorsport.
O valor combinado das vendas deve chegar a nove dígitos, destaca a revista. A coleção reúne 18 carros Ferrari (um deles, campeão com Niki Lauda no primeiro de seus três títulos mundiais) e 28 Brabhams (incluindo o chassi campeão de Nelson Piquet em 1981 e 1983). Também serão colocados à venda um Vanwall 1957, um BRM 1954, um Lancia D50A, um Delahaye Monoplace ‘Chaboud Speciale’, um Connaught Type-B, dois Talbot-Lago T26C Grand Prix e quatro Maseratis, incluindo um 250F.
— Um carro de Fórmula 1 é muito mais importante do que qualquer carro de rua ou outra forma de carro de corrida, pois é o auge do esporte, e todos os carros que comprei ao longo dos anos têm históricos de corrida fantásticos. Tendo colecionado os melhores carros de F1 que datam do início do esporte, agora decidi movê-los para novos lares que os tratarão como eu os tratei e cuidarão deles como preciosas obras de arte — ressaltou Ecclestone.
De acordo com a revista, os carros foram mantidos durante anos no hangar particular do empresário no aeroporto de Biggin Hill, no sul de Londres. Alguns jamais deixaram o local, desde que foram adquiridos.
Quem é Bernie Ecclestone
O britânico está no meio do automobilismo desde os anos 1950 e tem forte relação com o Brasil. Depois de passar anos vendendo carros usados, ele tentou competir na Fórmula 1 com uma equipe própria, o que não deu certo. Mas sua carreira nos negócios da categoria principal do automobilismo decolou anos depois. Ele se tornou empresário do piloto austríaco Jochen Rindt e sócio da segunda equipe da Lotus.
Depois de comprar a Brabham em 1971, ele ganhou dois títulos mundiais com o brasileiro Nelson Piquet pilotando, em 1981 e 1983. Depois, virou presidente da Associação de Construtores da Fórmula 1 (Foca), e vendeu o time.
Ecclestone trabalhou na chefia comercial da Fórmula 1 até início de 2017. Ele foi demitido depois que a categoria foi comprada pela empresa americana Liberty Media.
Desde 2012 o ex-dirigente é casado com a brasileira Fabiana Flosi, 45, vice-presidente para a América do Sul da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Ele tem um filho com a atual esposa e outros três de relacionamentos anteriores.
Bernie passou boa parte do período de isolamento durante a pandemia de Covid-19 no Brasil. Ele é dono de uma fazenda em Amparo, no interior de São Paulo, a 178 quilômetros da capital. Ele é dono da propriedade há 10 anos, e lá cultiva o café da marca de Fabiana, a Celebrity Coffee.