MÚSICA

"Frevo do Hospício", da Banda de Pau e Corda, impulsiona contagem regressiva para o Carnaval

Lançado nesta terça (3) nas plataformas digitais, canção de Sérgio Andrade é inspirada na "loucura" do Carnaval de Olinda saudado por Alceu Valença

Capa do single "Frevo do Hospício", da Banda de Pau e Corda - Filipe Carvalho

"Da cabeça aos pés, de baixo pra cima", o típico ''movimento doido' do Carnaval de Pernambuco, o Frevo, ganha mais um contorno memorável no single "Frevo do Hospício" - canção da Banda de Pau e Corda, lançada nesta terça-feira (3) nas plataformas digitais.

É de Sérgio Andrade, à frente da Pau e Corda, a composição inédita - cuja estreia impulsiona a contagem regressiva para a folia pelas bandas de cá e reforça a importância de um dos nomes que simbolizam o Carnaval do Estado, o cantor e compositor Alceu Valença.

"Fiz este frevo inspirado na força que o próprio frevo e a festa carnavalesca têm em nosso imaginário. E pensando nessa força, não tem como fugir da presença marcante de Alceu Valença, o rei do Carnaval pernambucano", ressalta Sérgio, à frente da Pau e Corda ao lado deúlio Rangel (viola), Sérgio Eduardo (baixo), Yko Brasil (flauta), Zé Freire (violão) e Alexandre Baros (bateria e percussões).

Frevo 'das Olindas'
Ouvir o Frevo e percebê-lo como identidade pernambucana é regra o tanto quanto relacionar a longeva Pau e Corda à sonoridade nordestina - premissa, aliás, presente desde a década de 1970 com "Vivência" (RCA), álbum inaugural da banda.

E para falar do Carnaval em Pernambuco, é imperioso falar também - e à parte - dos festejos em Olinda e no singular sobe e desce de ladeiras que culminam em pontos de apogeu.

"(...) com suas aparições históricas na varanda de sua casa, que ao cantar para o povo de lá do alto, colocava as ladeiras em polvorosa. É essa imagem do hospício que estou representando na letra dessa canção", arremata Sérgio, ainda sobre a influência de Alceu em seu "Frevo do Hospício", cuja consequência é mesmo a de sair "doido, doido, doido".

Pau, Corda e Poesia
Com participação de Maestro Spok, produção musical de Baros e Zé Freire, que também assinam o arranjo junto a Júlio Rangel, o "Frevo do Hospício" entrega em euforia, mas sobretudo em 'memórias afetivas-carnavalescas', transportadas a partir do entremeio entre a delicadeza vocal de Sérgio Andrade e os trompetes, trombones e bateria dos músicos que o acompanham.

Crédito: Reprodução/Instagram

Como atestou o próprio Sérgio, em postagem na rede social: "Pense na alegria de reunir um time de peso desses na construção desse nosso novo frevo para o Carnaval 2025".

De fato, coube a Augusto França e Enok Chagas a vibração dos trompetes, a Marcone Túlio e Elci Ramos, os sopros aguçados dos trombones e a Adelson Silva o poderio da bateria que ajudam no "criando o clima" da letra que reforça a singularidade da Banda de Pau e Corda, notável em (re)criar fusões, sem renunciar à essência de, em um 'frevo futurista', ser do Recife "com orgulho e com saudade".

Serviço
Single "Frevo do Hospício", da Banda de Pau e Corda
Lançado nesta terça-feira (3) nas plataformas digitais
 

FREVO DO HOSPÍCIO (Sérgio Andrade)

É frevo da cabeça aos pés

É frevo de baixo pra cima

E nesse movimento doido

A gente vai criando um clima

 

A gente pula, pula, pula

Sai parecendo pipoca

Quando ele toca, toca, toca

Da sacada desse hospício

Eu saio doido, doido, doido

Atirando pedra e beijo

E sigo dando, dando, dando

Pirueta em precipício

 

É frevo da cabeça aos pés

É frevo de baixo pra cima

E nesse movimento doido

A gente vai criando um clima

 

Porque ele gruda, gruda, gruda

No céu da sua boca

Como chiclete ele prega

No tecido da sua roupa

A vida é louca, louca, louca

E não temos analista

Me dê uma pista, a vida é pouca

E esse frevo é futurista