Investigação

MP investiga prefeito que pediu anistia a presos de 8 de janeiro em rodeio que custou R$ 1 milhão

Manifestações "político-partidárias" foram proibidas em edital disponibilizado para patrocinadores do evento

Pedido do prefeito do município de Carmo do Rio Claro, Felipe Carielo (PSD), para anistia foi feito durante festividade de comemoração da cidade - Reprodução/EPTV

O Ministério Público de Minas Gerais abriu uma investigação contra o prefeito do município de Carmo do Rio Claro, Felipe Carielo (PSD), para apurar o pedido de anistia aos presos do 8 de janeiro feito por ele durante um evento na cidade. O episódio teria acontecido durante um rodeio aberto ao público que teria sido custeado cerca R$ 1 milhão pela prefeitura. As informações foram reveladas pelo portal de notícias O Tempo e confirmadas pelo Glono.

Ao subir no palco, Carielo teria estendido uma faixa que pedia "anistia já" e "liberdade aos patriotas perseguidos no 8 de janeiro". Durante a sua fala, ele defendeu que os acusados teriam ido à Brasília para "pedir justiça, um país melhor, menos roubalheira e menos corrupção".

Ao longo da manifestação, ele pediu para que o Congresso, os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), aprovassem a liberação dos condenados pelos atos golpistas e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), "para ele se candidatar democraticamente a presidente da República em 2026". Carielo também teria mencionado situações em que as pessoas permanecem presas "sem sequer terem recebido alguma acusação" e exibido um vídeo em que aparece ao lado do ex-mandatário.

No entanto, em um edital aberto pela Secretaria de Cultura e Turismo do Município voltado para a participação de patrocinadores, fica vetada "publicidade de natureza religiosa ou político-partidária, bem como de produtos fumígenos e outros que atentem contra a moral e os bons costumes".

Ao Globo, o MPMG disse que "a Promotoria de Justiça de Carmo do Rio Claro recebeu relatos sobre o ocorrido" e que "foram solicitadas informações preliminares para apuração da conduta do prefeito". Procurada, a prefeitura de Carmo do Rio Claro não se manifestou. O espaço segue em aberto.