ATAQUES

Israel volta a atacar o Líbano e cessar-fogo com o Hezbollah pode colapsar

O Exército de Israel afirmou que os ataques de domingo, que não deixaram vítimas, foram uma ação preventiva para evitar ofensivas do Hezbollah

Fumaça sobe durante bombardeio israelense na planície de Marjayoun, no sul do Líbano, dias após um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah entrar em vigor. - AFP

A Força Aérea de Israel voltou a bombardear alvos da milícia xiita Hezbollah no Líbano nos últimos dois dias, menos de uma semana depois de acordarem um cessar-fogo de dois meses. Os bombardeios aconteceram no domingo, 1º, e na segunda, 2, e mataram nove pessoas, de acordo com as autoridades libanesas.

Tanto Israel quanto o Hezbollah se acusam de descumprir o acordo de trégua. A milícia também fez ataques na segunda-feira, alegando "resposta defensiva" aos bombardeios que Israel realizou no domingo.

O Exército de Israel afirmou que os ataques de domingo, que não deixaram vítimas, foram uma ação preventiva para evitar ofensivas do Hezbollah. A milícia, no entanto, atacou no dia seguinte a região do Monte Dov com dois mísseis e provocou a resposta de Israel.

O Hezbollah alegou que os ataques contra o território israelense foram uma resposta a "repetidas violações" do cessar-fogo por parte de Israel.

Antes de responder com bombardeios, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que a milícia havia violado o cessar-fogo. "Os disparos do Hezbollah contra o Monte Dov constituem uma violação grave do cessar-fogo e Israel responderá fortemente a esta situação. Estamos determinados a continuar a fazer cumprir o cessar-fogo e a responder a qualquer violação por parte do Hezbollah - pequena ou grave", publicou na rede social X.

Os bombardeios da segunda-feira foram realizados em dois vilarejos do sul do Líbano, próximo da fronteira com Israel, e são os mais mortais no país desde o começo do cessar-fogo, no dia 27.

Cinco pessoas foram mortas em Haris e outras quatro, em Tallousa Além das mortes, três pessoas ficaram feridas.

Apesar dos ataques, Israel afirma que mantém o acordo de cessar-fogo. "O Estado de Israel exige que as autoridades do Líbano cumpram suas responsabilidades e impeçam a atividade hostil do Hezbollah de dentro do território libanês", diz o comunicado de Israel.

Desde o início do acordo, o primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, e os militares libaneses afirmam que Israel tem realizado ataques pontuais e sobrevoos sobre o Líbano, o que estaria proibido pelo cessar-fogo.

Os libaneses que vivem entre a fronteira Israel-Líbano e o rio Litani, localizado no centro do país, também estão sob toque de recolher imposto pelos israelenses.

Mesmo com as violações no sul, o Líbano tenta retornar a algum nível de vida normal após meses de bombardeios intensos que causaram o deslocamento de 1,2 milhão de pessoas e a destruição de uma grande área do país.

Os militares libaneses foram enviados para o sul com o objetivo de fazer cumprir o cessar-fogo.

A primeira fase do acordo determina a cessação das hostilidades entre Israel e o Hezbollah por 60 dias, no qual os combatentes da milícia deveriam se retirar do sul para o norte do rio Litani

As tropas israelenses também se retirariam da região, retornando para Israel.