Diplomacia

Opositora urge o Brasil a reconhecer González como presidente eleito da Venezuela

María Corina Machado pediu a deputados brasileiros que o Brasil reconheça Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado - Juan Barreto / AFP

A líder opositora venezuelana María Corina Machado pediu, nesta terça-feira (3), a deputados brasileiros que o Brasil reconheça Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela para aumentar a "pressão" sobre o mandatário, Nicolás Maduro.

"O que esperamos é que o Brasil reconheça Edmundo González como presidente eleito para que se possa pressionar Maduro e que se dê conta de que sua melhor opção é uma transição ordenada e pacífica", disse Machado por videoconferência à Câmara dos Deputados no Brasil.

A autoridade eleitoral venezuelana proclamou Maduro eleito para um terceiro mandato de seis anos (2025-2031) após as eleições presidenciais de 28 de julho, sem apresentar os detalhes da apuração, como determina a lei. A oposição reivindica a vitória de González.

No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu Maduro com honras em Brasília, mas as tensões entre os dois governos escalaram durante semanas após as eleições venezuelanas.

Lula pediu a publicação das atas eleitorais que comprovassem a vitória de Maduro, o que não ocorreu, e o Brasil vetou a entrada da Venezuela ao bloco do Brics.

Mas, em novembro, Lula disse em uma entrevista à TV que Maduro era um "problema" da Venezuela e não do Brasil, uma declaração que o presidente venezuelano recebeu positivamente.

Machado, que está na clandestinidade, falou durante uma sessão da comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, da qual também participou González.

A dirigente opositora disse que Maduro "está isolado, nacional e internacionalmente, fragilizado, sem recursos".

"Seguiremos firmes nesta posição para avançar junto de vocês para essa transição ordenada e para que Edmundo González assuma a Presidência", acrescentou.

Segundo a norma venezuelana, o próximo presidente deve ser empossado em 10 de janeiro.