Estudantes de Pernambuco vencem Solve for Tomorrow 2024, da Samsung, com projeto que filtra poluente
O "Filtropinha", desenvolvido pelos estudantes Angela Rafaela, Beatriz Vitória, Luana da Silva e Eduardo Oliveira, é um sistema de filtragem que trata a água contaminada por resíduos sólidos, tornando-a potável e reutilizável
Você sabia que quando a mandioca é prensada, ela libera um líquido amarelo chamado manipueira? Após este processo, o resíduo se torna poluente para a natureza, e esta é uma forma ainda muito comum em muitas casas de farinha pelo país, principalmente nas áreas rurais e quilombolas.
Conhecendo de perto esta técnica, estudantes do 2º ano do ensino médio da Escola Técnica Estadual Professor Paulo Freire, de Carnaíba (PE), pensaram em uma forma de transformar o processo de descarte da manipueira em algo que preservasse o meio ambiente e ajudasse os moradores locais, que vivem da mandioca. A resposta veio com o projeto “Filtropinha: dos resíduos aos recursos”.
O projeto venceu em 1º lugar a 11ª edição do programa Solve for Tomorrow que, no Brasil, conta com o apoio do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária) na coordenação geral, e une educação, investigação científica e tecnologia usando a abordagem STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).
O programa envolve alunos e professores do ensino médio da rede pública e propõe a criação de projetos para solucionar demandas e problemáticas da vida real. Esta é uma iniciativa global desenvolvida pela Samsung para que jovens de todo o país possam pensar em soluções para problemas à volta deles e encontrar soluções alternativas. O anúncio dos vencedores foi feito nesta terça-feira (3), em São Paulo (SP).
O “Filtropinha”, desenvolvido pelos estudantes Angela Rafaela, Beatriz Vitória, Luana da Silva e Eduardo Oliveira, é um sistema de filtragem que trata a água contaminada por resíduos sólidos, tornando-a potável e reutilizável. O protótipo foi feito usando cascas da fruta-pinha. Com o filtro, a ideia é reduzir a carga poluente da manipueira e desenvolver um fertilizante de liberação lenta.
O filtro criado durante o programa custa R$5 e o refil R$0,25, tornando-o acessível para membros da comunidade. O projeto foi apresentado a produtores rurais do Quilombo Travessão do Caroá, também localizado em Carnaíba. “A recepção e o interesse deles em implantar nosso filtro nas casas de farinha foram inspiradores para a equipe”, conta Eduardo, um dos criadores do produto.
“O filtro é composto por um modelo construído a partir de uma impressora 3D que temos na escola, que conta com camadas de algodão, papel filtro, farinha de cascas de pinha e carvão ativado, produzido a partir da queima dessas cascas, cujas propriedades porosas ajudam a filtrar a manipueira””, diz Angela Rafaela, que integra o projeto.
“O protótipo ainda conta com uma rosca pensada para facilitar a sua implementação nas caixas d’água onde fica armazenada a manipueira nas casas de farinha”, explica a aluna Beatriz Vitória.
O professor Gustavo Santos Bezerra, que orientou o projeto, comenta sobre a mudança que o projeto pode fazer na vida da comunidade. “O maior reconhecimento que a gente tem desse projeto é que quando for inserido nas comunidades, a gente vai modificar a vida de quem está inserido ali, que estão na comunidade do Quilombo do Caroá”, diz o educador.
Chegando em sua 11ª edição, o projeto tem se mostrado importante no desenvolvimento de jovens pelo país. “Ao longo de suas 11 edições no Brasil, o Solve For Tomorrow vem contribuindo para o avanço do ensino público e, principalmente, preparando jovens estudantes para uma trajetória acadêmica que está apenas começando. É uma oportunidade para que eles ingressem nas áreas da Ciência e da Pesquisa enquanto contribuem ativamente para fazer a diferença em suas comunidades. Esse é um dos principais objetivos do programa e é uma parte importantíssima da nossa visão global de cidadania corporativa, ‘Together for Tomorrow! Enabling People’”, afirma Helvio Kanamaru, Diretor de ESG e Cidadania Corporativa da Samsung para a América Latina.
As segunda e terceira posições ficaram com os projetos ‘H.E.R – Hand Exoesqueleton for Rehabilitation’ e ‘E-Vision: Transformando a Educação com Tecnologia Inclusiva’, dos Estados de São Paulo e Ceará, respectivamente.
Prêmios
Os vencedores nacionais da edição levam um projetor da Samsung para cada escola, assim como um troféu, placa comemorativa e selo digital. A equipe que ocupou a primeira posição foi presenteada com um notebook Samsung e um fone de ouvido Samsung para cada aluno do grupo. A equipe que ficou em 2º lugar foi premiada com um smartphone Samsung e um fone de ouvido Samsung para cada aluno. Já o time que ficou em 3º lugar levou smartwatch Samsung e um fone de ouvido Samsung para cada aluno.