"A Igreja não autoriza", diz arcebispo sobre venda de bebidas alcoólicas em festas paroquiais
Dom Paulo Jackson fez declaração em seu programa em rádio da Arquidiocese de Olinda e Recife
O arcebispo de Olinda e Recife, dom Paulo Jackson, reforçou que a venda de bebidas alcoólicas em festas de paróquias católicas é proibida.
A declaração do sacerdote foi feita durante o programa "A Voz do Pastor", apresentado por ele na Rádio Olinda, emissora da Arquidiocese.
“A Igreja não autoriza esse tipo de procedimento. Já faz muitos anos que dom Fernando [arcebispo emérito] proibiu completamente a venda de bebidas alcoólicas em festas das paróquias. Trabalhamos em favor das famílias, queremos famílias abençoadas, unidas e transfiguradas, e isso obviamente não combina com bebida alcoólica”, afirmou o arcebispo.
A fala de dom Paulo Jackson foi em resposta a um questionamento feito por um ouvinte. Ele relatou a recaída do seu pai durante uma celebração organizada por uma paróquia de Olinda, na Região Metropolitana do Recife.
Dom Paulo então esclareceu que a prática é proibida na Arquidiocese de Olinda e Recife desde o episcopado de dom Fernando Saburido.
O arcebispo ainda lamentou o ocorrido relatado pelo ouvinte e afirmou que a paróquia que vendeu as bebidas alcoólicas durante festa desobedeceu diretrizes arquidiocesanas.
“Se alguma paróquia vendeu bebida alcoólica ou continua vendendo, peço que nos informe. Entrarei em contato diretamente com o padre responsável para corrigir essa prática”, garantiu o arcebispo.
O documento 100 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), intitulado "Comunidade de comunidades: uma nova paróquia", prevê a extinção da venda e consumo de bebidas alcoólicas em festas de paróquias. O texto lembra ainda que a Igreja Católica não proíbe o consumo de bebidas alcoólicas, mas orienta contra o excesso.
"Especialmente nas festas dos padroeiros e outros eventos religiosos, a venda de bebida alcoólica contrasta com os programas de defesa da vida e combate à drogadição que a Igreja promove. É urgente a conversão das comunidades paroquiais para evitar o contratestemunho de promover o consumo de álcool em quermesses ou outras atividades recreativas da comunidade", diz trecho do texto.
Por fim, dom Paulo Jackson expressou solidariedade à família do ouvinte, lamentando o episódio.