Censo: proporção de brasileiros com máquina de lavar mais que dobra em 22 anos
No Nordeste, só 37,1% da população residem em casa com o eletrodoméstico
A presença da máquina de lavar roupas nas casas brasileiras mais que dobrou em 22 anos, revelam dados do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta quinta-feira. O eletrodoméstico está presente na casa de quase sete em cada dez moradores pelo país (68,1%). No entanto, no Norte e Nordeste, menos da metade da população reside em casas com o equipamento.
Os números mostram um avanço ao longo das décadas. Em 2000, não chegava nem a um terço (31,8%) o percentual de brasileiros que moravam em casas com máquina de lavar roupas. Em 2010, passou para 46,9%. Ainda assim, os dados indicam que algumas desigualdades regionais permanecem.
No Sul do país, 89,8% da população moravam em casas com o eletrodoméstico em 2022. Já no Sudeste, a proporção era de 82,2%. Ambos são mais que o dobro do registrado no Nordeste, onde só 37,1% têm máquina de lavar em casa. No Norte, 48,8% têm acesso ao equipamento nos seus lares. No Centro-Oeste, o percentual ficou em 79,2%.
A comparação entre estados também denota os extremos. Em Santa Catarina, 94,2% dos residentes moram em casas com máquina de lavar. No Maranhão, apenas 27%. No recorte municipal, São Caetano do Sul (SP) lidera com 97,6% dos lares possuindo o eletrodoméstico, enquanto Codó (MA) registra a menor proporção entre municípios com mais de 100 mil habitantes, com 17,8%.
Pretos e pardos também têm menos acesso à máquina de lavar roupa em casa, revela a pesquisa. Quatro em cada dez pessoas pretas (41,3%) e pardas (41,8%) moravam em casas sem o eletrodoméstico. Entre as pessoas brancas e amarelas, os índices eram de 18,9% e 10,8%, respectivamente.
Entre os indígenas, 74% residiam em casas sem o eletrodoméstico. No entanto, o IBGE explica que é preciso ter cautela na interpretação dos dados. Isso porque eles se referem apenas às pessoas que se declararam de cor ou raça indígena. Além disso, as condições de moradia dos povos indígenas “só podem ser adequadamente examinadas à luz de suas especificidades culturais”, diz o estudo.