Itaú projeta Selic em 15% em 2025 e avalia que economia pode crescer 3,6% este ano
Se cenário se confirmar, será uma alta de juros de 0,5 ponto percentual acima dos 2 pontos j sinajlizados pelo Banco Central
Os economistas do Itaú fizeram uma revisão das previsões econômicas para o país, depois do anúncio do pacote fiscal do governo e de uma alta de 1 ponto percentual na Selic, que vai terminar 2024 em 12,25%. Para os economistas do maior banco privado do país, a Selic deve continuar subindo e chegar a 15% em 2025.
Se esse cenário se confirmar, será uma alta de 0,50 ponto percentual acima dos dois aumentos de 1 pontos percentual já indicados pelo Banco Central para as próximas reuniões do Comitê de Política monetária (Copom).
"Diante da piora relevante das expectativas de inflação, do câmbio mais depreciado e da atividade ainda resiliente, esperamos que o BC siga elevando a taxa de juros até 15% a.a. ao longo de 2025. Para 2026, projetamos queda da Selic para 13% a.a.", escreveu a equipe de economistas do itaú chefiada pelo economista Mario Mesquita.
Na análise do Itaú, o pacote fiscal veio com poucas mudanças estruturais, frustrou o mercado e manteve as incertezas. Para os economistas do banco, o corte de gastos anunciado pode ser insuficiente para garantir cumprimento do arcabouço fiscal até 2026.
Para o câmbio, uma das variáveis mais imprevisíveis, o Itaú projeta que o dólar valerá R$ 5,70 ao final de 2025 e 2026. Apesar do diferencial de juros elevado, o cenário global de dólar forte, o aumento prêmio de risco doméstico e a deterioração das contas externas pressionam o real, avaliam os economistas do Itaú.
Já as estimativas para o crescimento da economia foram revisdas para cima. O crescimento do PIB em 2024 deverá ser de 3,6% (ante 3,2% da previsão anterior) e de 2,2% em 2025, ante estimativa anterior de 1,8%. Para o Itaú, a atividade mais forte no curto prazo e expectativa positiva para o PIB Agro 2025 geraram essas revisões altistas. Para 2026, a projeção é de crescimento de 2,0%.
"O mercado de trabalho ainda não mostra sinais claros de arrefecimento e é risco altista para o PIB dos próximos anos", disseram os economistas no relatório.
Para a inflação, a expectativa é de 4,9% em 2024, 5,0% em 2025 e 4,3% em 2026. A depreciação do real e o mercado de trabalho apertado seguem sendo os principais riscos altistas, apenas parcialmente compensados por chance de que os preços de alimentação fiquem menos pressionados, especialmente as proteínas.