conflito

Ucrânia prende mulher que redigiu relatórios a favor da Rússia

A mulher, cidadã ucraniana e diretora de uma ONG de direitos humanos, foi condenada a 14 anos por crimes de "traição" relacionados às acusações

Artilheiro da 24ª brigada mecanizada olhando da janela de um abrigo perto de sua posição perto de Chasiv Yar na região de Donetsk, em meio à invasão russa da Ucrânia.(1) - Distribuição / serviço de imprensa da 24ª brigada mecanizada das Forças Armadas Ucranianas / AFP

Um tribunal ucraniano condenou, nesta sexta-feira (13), uma mulher a 14 anos de prisão por colaborar com agências de inteligência russas ao escrever relatórios falsos que buscavam justificar a invasão de Moscou.

Desde a invasão em fevereiro de 2022, a Ucrânia acusou milhares de pessoas de colaborar com a Rússia em casos que incluem o fornecimento de detalhes militares aos militares russos ou o trabalho para autoridades instaladas por Moscou em territórios ocupados.

Também prendeu vários acusados de serem espiões russos e de prejudicar a segurança ucraniana.

Os promotores ucranianos alegaram que a mulher, “após receber instruções de supervisores russos”, escreveu uma carta destinada a ser usada pelo representante da Rússia nas Nações Unidas para “justificar a agressão militar à Rússia”.

“A acusada escreveu que o povo da Ucrânia apoia a chamada operação especial da Federação Russa na Ucrânia, que saques, assassinatos e roubos haviam começado na Ucrânia e que os políticos estavam oficialmente pedindo para 'matar russos'”, disse o escritório da promotoria de Kiev em um comunicado.

A carta foi lida posteriormente na ONU por Vasily Nebenzya, representante permanente da Rússia, e apresentada por Moscou como justificativa para o lançamento de sua ofensiva.

Na época, a Rússia alegou que buscava proteger os russos étnicos e os falantes de russo que viviam na Ucrânia, além de “desmilitarizar” e “desnazificar” o país.

A Ucrânia e o Ocidente rejeitam repetidamente essas afirmações de Moscou como infundadas, qualificando a invasão russa como uma guerra de agressão imperialista descarada.

A mulher, cidadã ucraniana e diretora de uma ONG de direitos humanos, foi condenada a 14 anos por crimes de "traição" relacionados a essas acusações, segundo informaram os promotores nesta sexta-feira.