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Governista sul-coreano pede que deputados votem 'conforme sua consciência' em moção de impeachment

Primeira votação permitiu sobrevida de Yoon Suk-yeol, com manobra do PPP, que retirou (quase) todos os seus deputados da sessão sem que registrassem seus votos

O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol fazendo um discurso no Gabinete Presidencial em Seul - South Korean Presidential Office/AFP

Na véspera da votação da segunda moção de impeachment contra o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol, o líder governista do Partido do Poder Popular (PPP), Han Dong-hoon, pediu a seus deputados que votem "conforme suas convicções e consciência".

A Coreia do Sul está em meio a uma grave crise política depois que Yoon declarou lei marcial e ordenou que soldados fossem enviados ao Parlamento entre 3 e 4 de dezembro, mas recuou horas depois.

Os fatos levaram a oposição a apresentar uma moção de desconfiança em 7 de dezembro, mas apenas dois deputados do PPP de Yoon apoiaram o impeachment. O restante do partido governista se ausentou, permitindo que o líder conservador permanecesse no poder.

— O que os legisladores devem proteger não é Yoon ou o Partido do Poder Popular, que está no poder, mas as vidas das pessoas que protestam nas ruas geladas — disse Lee Jae-myung, que lidera o Partido Democrático. — A história se lembrará da escolha que eles fizeram.

A nova votação está marcada para este sábado, às 16h (3h no horário de Brasília), e precisa de 200 votos a favor na Câmara de 300 assentos para ir adiante. A oposição, que tem 192 cadeiras, precisa obter o apoio de oito parlamentares do partido governista para que a moção seja aprovada.

Negociações

A oposição vem negociando nos bastidores há uma semana para dar forma à segunda moção, e o laço se apertou em torno do presidente, que enfrenta uma investigação de "rebelião" e está proibido de deixar o país.

Yoon, cuja popularidade caiu para 11%, de acordo com as pesquisas, declarou em um discurso televisionado na quinta-feira que lutará " até o último minuto".

O presidente de 63 anos justificou a declaração da lei marcial pela ameaça das “ forças comunistas da Coreia do Norte” e para “eliminar elementos antiestatais” no país, uma democracia recente com um passado traumático.