Moraes autoriza acesso da PF a dados de Braga Netto e assessor armazenados na 'nuvem'
General foi preso preventivamente por suspeita de tentar interferir nas investigações sobre o plano golpista
A Polícia Federal pediu autorização "de acesso imediato" ao conteúdo armazenado nas "nuvens" do general Braga Netto e do seu assessor, Flávio Peregrino. Os dois foram alvos de mandados de busca e apreensão determinados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em operação deflagrada neste sábado.
Ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, o general também foi preso preventivamente pela suspeita de tentar interferir nas investigações sobre o plano golpista ao tentar monitorar os depoimentos da colaboração do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Braga Netto nega as acusações e tem afirmado por meio da sua defesa que "nunca se tratou de golpe e muito menos de plano de assassinar alguém" e "sempre primou pela correção ética e moral na busca de soluções legais e constitucionais".
"Representa a PF pela autorização de acesso imediato e exploração do conteúdo dos aparelhos celulares, bem como do conteúdo localizado em 'nuvens' que se encontrem nos locais", diz a representação da Polícia Federal.
Em sua decisão, Moraes atendeu ao pedido e determinou o "acesso e a análise do conteúdo do computadores e demais dispositivos no local das buscas e de arquivos eletrônicos apreendidos, mesmo relativo a comunicações eventualmente registradas, inclusive dados armazenados em nuvem".
Os investigadores identificaram que houve uma troca de mensagens entre Braga Netto e o pai de Mauro Cid, o general Mauro Lourena Cid, em agosto de 2023.
O conteúdo, no entanto, foi apagado um dia depois - três dias antes de ser deflagrada uma operação sobre o suposto desvio das joias presidenciais. A PF quer saber o conteúdo das mensagens.