BCE: Gradualismo em alívio garantirá que desinflação não ficará estagnada acima da meta
Para Schnabel, ainda que as autoridades estejam cada vez mais confiantes de que a estabilidade de preços está próxima, uma parte importante da desinflação ainda não se materializou
A integrante do Conselho Executivo do Banco Central Europeu, Isabel Schnabel, afirmou que, com as taxas de juros se aproximando do território neutro na zona do euro e com os riscos para a perspectiva de inflação amplamente equilibrados, a política monetária deve prosseguir gradualmente e permanecer dependente de dados.
Em Simpósio CEPR Paris 2024, organizado pelo Banque de France nesta segunda-feira, 16, a dirigente disse que o gradualismo no processo de alívio monetária poderá garantir que a desinflação não fique estagnada acima da meta de 2%, evitando ao mesmo tempo fraqueza desnecessária no mercado de trabalho e na economia em geral.
Para Schnabel, ainda que as autoridades estejam cada vez mais confiantes de que a estabilidade de preços está próxima, uma parte importante da desinflação ainda não se materializou.
"A inflação de serviços, em particular, permanece alta em 3,9%", disse em comentários preparados para sua apresentação.
A dirigente salientou ainda que novos choques continuam atingindo a economia da zona do euro, muitos deles representando riscos de alta para a inflação, como o do avanço dos preços do gás. Outra pressão para o cenário da inflação deriva da depreciação do euro, que encarece os preços das importações.
Outro risco para o cenário de inflação deriva do impulso paralelo à economia dos EUA advindo de políticas fiscais expansionistas e de oferta, o que pode dar suporte à demanda estrangeira, mesmo com o aumento das tarifas, porque muitos produtos não são substituíveis no curto prazo, observou.