Rio de Janeiro

Após coordenar campanha de Paes entre evangélicos, Otoni de Paula emplaca filho como secretário

Otoni de Paula Filho assume pasta voltada à Cidadania e Família; deputado agradeceu prefeito do Rio

O deputado federal Otoni de Paula, ligado à Assembleia de Deus de Madureira, decidiu apoiar Paes este ano - Divulgação

Após desistir de concorrer à prefeitura do Rio para apoiar a reeleição do prefeito Eduardo Paes (PSD), o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) foi agraciado com uma indicação especial — seu filho, Otoni de Paula Filho, foi anunciado, nesta segunda-feira, como o próximo secretário da Cidadania e Família.

Em suas redes sociais, Otoni agradeceu o prefeito por ter escolhido seu filho. "Otoni de Paula Filho, além de ser capacitado, tem responsabilidade e compromisso com a população. Não é de hoje que desenvolve trabalhos sociais, e ajuda em diversos projetos que cuida na ponta das necessidades do carioca, principalmente aqueles que mais precisam", escreveu.

Esta não é a primeira vez que Otoni é contemplado na prefeitura. Em agosto deste ano, seis pessoas ligadas a ele chegaram a ser nomeadas na Fundação Jardim Zoológico. Entre elas, o pastor Jorge Coelho, líder da Assembleia de Deus em Cachoeiras de Macacu.

Ligado à Assembleia de Deus de Madureira, Otoni foi vice-líder de Jair Bolsonaro (PL), mas recentemente fez acenos ao governo federal, o que vem lhe ocasionado muitas críticas. No mês passado, compareceu a uma cerimônia no Palácio do Planalto, onde afagou o presidente.

Nas eleições municipais, escolheu o palanque de Paes contra o seu colega de Casa, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), o que também causou certo afastamento com integrantes da bancada do Rio, mais próximos ao bolsonarismo.

Enquanto esteve com Paes, a ala do MDB próxima ao secretário estadual de Transportes, o ex-prefeito de Caxias Washington Reis, caminhou junto a Ramagem, por uma fidelidade ao governador do estado, Cláudio Castro (PL).

A ambição pessoal de Otoni, neste momento, é conquistar o posto de presidente da Frente Parlamentar Evangélica, hoje dividida entre ele e um representante mais à direita, Gilberto Nascimento (PSD).

A avaliação interna é de uma vitória de Otoni diminuiria a resistência do bloco perante ao governo federal. Desde que Lula assumiu a Presidência, articuladores defendem que um espaço seja aberto ao segmento protestante na Esplanada dos Ministérios. Apesar de ainda não ter qualquer convite formal, aliados de Otoni de Paula defendem esta ponte de diálogo com o governo, apesar de ressaltarem que isto não significa concordar com o Planalto.