França vai impor toque de recolher noturno na "devastada" Mayotte
O toque de recolher será aplicado das 22h às 4h locais como medida de segurança para evitar saques, segundo o ministério
A França vai impor toque de recolher noturno nesta terça-feira (17) na ilha de Mayotte, no Oceano Índico, território francês devastado por um ciclone que pode ter deixado centenas de mortos, anunciou o Ministério do Interior.
O ciclone Chido, que varreu a ilha e o arquipélago vizinho no domingo, deixou pelo menos "cerca de 20 mortos", disse, nesta terça, perante o Parlamento o primeiro-ministro francês, François Bayrou, alertando que este "balanço" é provisório e poderia aumentar.
Segundo o balanço mais recente, há pelo menos 21 mortos confirmados após a passagem do ciclone Chido, que atingiu a ilha e o arquipélago vizinho no domingo.
Mas as autoridades temem que haja centenas de vítimas, e possivelmente milhares, um número que só poderá ser verificado nos próximos dias, quando os escombros forem removidos e as estradas forem reabertas.
O toque de recolher será aplicado das 22h às 4h locais como medida de segurança para evitar saques, segundo o ministério.
O presidente francês, Emmanuel Macron, conduziu uma reunião de crise na noite de segunda-feira, na qual descreveu a situação como uma "tragédia" e prometeu visitar Mayotte em breve.
O ministro do Interior, Bruno Retailleau, o funcionário de maior escalão do governo a visitar a ilha após o ciclone, disse que Mayotte está "completamente devastada", com 70% dos seus habitantes afetados.
"O balanço será alto, muito alto", alertou Retailleau.
Ele anunciou que nos próximos dias devem chegar 400 policiais para reforçar os 1.600 guardas e policiais já presentes no território, mas esclareceu que até o momento não houve saques.
O ciclone Chido é o mais recente de uma série de tempestades provocadas pela mudança climática no mundo, dizem os especialistas.
Mayotte é a região mais pobre da França, com um terço da população habitando áreas precárias.
Em Moçambique, Chido deixou pelo menos 34 mortos, anunciou nesta terça-feira o Instituto Nacional de Gestão de Riscos e Desastres.