Além de Adele, veja outros artistas internacionais acusados de plagiar brasileiros
Justiça entendeu que "Million years ago", da cantora britânica, tem "indisfarçável simetria" com "Mulheres", de Toninho Geraes
Toninho Geraes venceu, por ora, a cantora Adele na justiça por conta de um suposto plágio da música "Mulheres". A 6ª Vara Empresarial do Rio entendeu que “Million years ago”, lançada pela britânica em 2015, tem "indisfarçável simetria" com a música de Geraes e que, por isso, não poderá mais ser reproduzida, distribuída ou comercializada (inclusive nas plataformas de streaming) sem a autorização do compositor.
Esta não é, no entanto, a primeira vez que um brasileiro foi plagiado — intencionalmente ou não — por artistas internacionais. A seguir, relembre alguns casos.
Jorge Ben Jor x Rod Stewart
Num dos casos mais emblemáticos da música brasileira, Rod Stewart alegou que houve um "plágio involuntário" quando foi questionado sobre as semelhanças de entre “Da Ya Think I’m Sexy?“, de 1978, e “Taj Mahal“, do brasileiro Jorge Ben Jor, lançada dois anos antes, em 1976. Detalhe: em 1978, quando a música de Ben Jor estava no topo das paradas, Stewart curtia o carnaval no Brasil.
Jorge Ben Jor acionou a justiça por conta do suposto plágio, e venceu. Os artistas acabaram entrando em acordo e Stewart doou todos os lucros da música para a Unicef. Posteriormente, disse em sua biografia que foi um "plágio inconsciente", pois a melodia de Ben Jor havia ficado na sua cabeça.
Tyler, The Creator x Gilberto Gil
Em dezembro do ano passado, Tyler, The Creator apresentou a música "Season 2 by le Fleur", para divulgar sua marca de roupas, a Golf Le Fleur. A canção, no entanto, era quase uma reprodução de "Duplo Sentido", de Gilberto Gil. O uso não havia sido permitido nem por Gil, nem pela Sony Music Publishing, detentores dos direitos da música.
Após a repercussão negativa, retirada da propaganda do ar e intervenção da Sony Music Publishing, Gilberto Gil foi indenizado em 50 mil dólares, equivalente a 245 mil reais, pelo rapper americano, que entrou em contato diretamente com o músico para se desculpar e expressar desconhecimento sobre a falta de autorização pelo uso da música.
Luiz Bonfá x Gotye
Bastou o belga Gotye ser acionado judicialmente pela família de Luiz Bonfá para acabar assumindo que sua música “Somebody that I used to know” era sim influenciada por "Seville", do brasileiro. A acusação ocorreu em 2013. Gotye acabou pagando US$ 1 milhão para a família de Bonfá, que morreu em 2001 em decorrência de um câncer.
Vanusa x Black Sabbath
É inegável que "What to do", música gravada por Vanusa nos anos 1970, em muito se parece com "Sabbath Bloody Sabbath", do Black Sabbath. Consta que, à época do lançamento da música, a banda liderada por Ozzy Osbourne estaria passando por uma crise criativa. Apenas cinco meses separam o lançamento brasileiro do lançamento britânico. Mas Vanusa parece não ter se importado. A cantora, que faleceu em 2020, já disse em entrevistas que a semelhança era mera coincidência.
Vinicius e Carlos Lyra x Deep Purple
Lançada em 1964, “Maria Moita“, canção Vinicius de Moraes e Carlos Lyra, pode ter inspirado um dos riffs mais conhecidos do rock. “Smoke on Water“, do Deep Purple, apresenta a mesma melodia. O guitarrista Ritchie Blackmore, no entanto, já disse várias vezes que a sua real inspiração foi a 5ª Sinfonia de Beethoven.