GUERRA

Rússia anuncia detenção de uzbeque apontado como suspeito do assassinato de general em Moscou

Durante o interrogatório, o suspeito afirmou que foi "recrutado pelas forças especiais ucranianas", segundo a mesma fonte

Investigadores se reúnem ao lado de um corpo no local da explosão, que matou o comandante das tropas de defesa química, biológica e radioativa das forças armadas russas, Igor Kirillov - Alexander Nemedov/AFP

A Rússia prendeu um cidadão uzbeque considerado suspeito pelo assassinato em Moscou do comandante da divisão de armas químicas do exército, anunciou o Comitê de Investigação do país nesta quarta-feira.

"Um cidadão uzbeque nascido em 1995 foi detido sob suspeita de ter cometido (na terça-feira) o ataque que matou o comandante das forças radiológicas, químicas e biológicas de defesa da Rússia, Igor Kirilov, e de seu assessor, Ilya Polikarpov", afirma o comitê em um comunicado.

Durante o interrogatório, o suspeito afirmou que foi "recrutado pelas forças especiais ucranianas", segundo a mesma fonte.

A pedido dos ucranianos, ele chegou a Moscou e recebeu um artefato explosivo que instalou em um patinete elétrico estacionado perto da entrada do edifício em que o general Kirilov morava, afirma o comunicado.

O suspeito também alugou um carro que estacionou perto do prédio e no qual uma câmera de vigilância foi instalada.

O vídeo gravado pela câmera foi transmitido "em tempo real aos organizadores do ataque, na cidade de Dnipro", na região central da Ucrânia, afirmaram os investigadores.

Quando o general e seu assessor deixaram o prédio, em um bairro residencial de Moscou, o suspeito ativou o dispositivo explosivo à distância, segundo o comunicado.

O suspeito recebeu a promessa de "uma remuneração de 100.000 dólares" e a possibilidade de morar "em um país europeu", segundo o depoimento do uzbeque.

O general Kirilov, 54 anos, foi alvo de sanções do Reino Unido em outubro por supostamente enviar armas químicas para uso na Ucrânia.

Ele foi o militar de maior patente da Rússia assassinado desde o início da ofensiva militar do país contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022.

O assassinato foi reivindicado na terça-feira em Kiev por uma fonte do Serviço de Segurança Ucraniano (SBU), que acusou o general de "crimes de guerra".

O Kremlin acusou nesta quarta-feira Kiev de "ato de terrorismo".

"Está claro quem ordenou o ato de terrorismo. E mais uma vez está demonstrado que o regime de Kiev não se priva de métodos terroristas", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.