Luigi Mangione: suspeito de matar CEO é transferido para cumprir pena em Nova York
Suspeito de matar CEO deve enfrentar acusações federais, que podem levá-lo à pena de morte
Após ser preso na Pensilvânia, nos Estados Unidos, Luigi Mangione, suspeito de matar a tiros o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, aceitou ser levado para Nova York, onde enfrentará acusações de homicídio.
Mangione, que estava de algemas e com aparência limpa, permaneceu em silêncio ao ser conduzido para um veículo preto sem identificação, com placas de Nova York.
Segundo a CNN, o carro fazia parte de uma escolta com luzes piscando que saiu por um beco atrás do tribunal. O veículo ainda informou que Mangione deve ser transportado de avião para Nova York sob custódia das autoridades.
De acordo com a repórter da emissora que estava no tribunal, o suspeito demonstrou uma postura mais tranquila em sua audiência de extradição nesta segunda-feira, em comparação com sua aparição anterior no tribunal.
"Hoje vimos Luigi Mangione com uma aparência diferente: barbeado e vestido de forma mais limpa, em contraste com a semana passada, quando chegou ao tribunal em um macacão laranja", relatou Danny Freeman, da CNN.
Durante a audiência, Mangioni falou apenas o essencial como respostas "sim" e "não", para confirmar que compreendia os procedimentos explicados pelo juiz.
De acordo com fontes do New York Times, Mangioni pode agora enfrentar acusações federais além do processo na corte de Nova York. Não ficou imediatamente claro quais acusações o suspeito enfrentaria no caso federal, que está sendo movido por promotores do Gabinete do Procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova York.
Acusações federais, no entanto, potencialmente permitiriam que os promotores buscassem a pena de morte, que foi proibida em Nova York há décadas. Não ficou claro se os promotores federais buscariam a pena de morte, e qualquer decisão sobre a pena capital provavelmente caberia ao Departamento de Justiça assim que o presidente eleito Donald Trump assumisse o cargo.
Nesta quinta-feira, Mangione (19) exibiu uma atitude serena ao longo da audiência. Ele passou boa parte do tempo sentado sozinho à mesa dos réus, enquanto seus advogados e promotores finalizavam a papelada necessária para o processo de extradição, diz a CNN.
"Ele até sorriu em alguns momentos e trocou breves palavras com os delegados do xerife, mas passou o tempo principalmente de cabeça baixa, lendo e escrevendo nos documentos que tinha à sua frente", descreveu Freeman.
Entenda o caso
O assassinato que está no centro das acusações contra Mangione ocorreu na manhã de 4 de dezembro.
A polícia afirmou que Mangione chegou em frente a um hotel Hilton na West 54th Street — mascarado e encapuzado — e esperou. Após quase uma hora, segundo os promotores, Thompson chegou para se preparar para um evento do UnitedHealthcare com investidores.
Quando Thompson caminhava em direção à entrada do hotel, os promotores dizem que Mangione se aproximou por trás, levantou uma pistola de 9 mm impressa em 3D equipada com silenciador e atirou nele.
A polícia lançou uma busca em toda a cidade pelo atirador, que fugiu em uma bicicleta elétrica. Os investigadores divulgaram imagens de vigilância do suspeito, incluindo uma em que ele sorria, tirada na recepção de um albergue no Upper West Side, onde, segundo a polícia, ele havia se hospedado.
A polícia também rastreou os movimentos do atirador desde o local do crime até um terminal de ônibus e a estação 190th Street em Washington Heights, onde ele teria pegado o trem A para o centro da cidade, até a Pennsylvania Station.
Mangione foi preso em um McDonald’s em Altoona enquanto comia hash browns e usava um laptop, quando um cliente comentou com um amigo que ele se parecia com a pessoa nas fotos divulgadas pela polícia. Um funcionário que ouviu a conversa chamou a polícia.
Segundo a polícia, Mangione foi encontrado com uma arma de fogo, munição, cartões de identificação falsos e o que eles dizem ser um manifesto manuscrito de 262 palavras. As autoridades afirmaram que ele parecia assumir a responsabilidade pelo assassinato no documento.
Após o assassinato, muitas pessoas expressaram suas frustrações — e até fúria — contra a indústria de seguros de saúde.
“Temos visto uma celebração chocante e revoltante de um assassinato a sangue frio”, disse Jessica S. Tisch, comissária de polícia de Nova York, nesta terça-feira. “As redes sociais explodiram em elogios a este ataque covarde.”