Futebol

Sport detalha recuperação judicial e diz que plano facilita investimento para se tornar SAF

Dívida total do Sport estava na casa dos R$ 396 milhões. Com a aprovação da RJ, o passivo passou para R$ 109 milhões, com um deságio de quase 80% do montante

Coletiva na Ilha do Retiro, com presença de Yuri Romão - Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

Em coletiva realizada na tarde desta quinta-feira (19), na Ilha do Retiro, o Sport detalhou o plano de Recuperação Judicial aprovado na última quarta (18) pelos credores do clube. O projeto, inclusive, facilita a vida do Rubro-negro na busca por investidores, no intuito de se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). 

Participaram da conversa com a imprensa o presidente rubro-negro Yuri Romão, além do advogado Gustavo Matos, da Matos Advogados, escritório que conduz o processo de recuperação judicial leonino, e Bruno D'Ambrósio, da PPK Consultoria, empresa responsável pela assessoria econômica-financeira na recuperação financeira leonina.

"O fato de uma recuperação judicial, qualquer investidor que por ventura tenha o interesse em estar ao nosso lado, não vai ter problema de sucessão. Ou seja, os problemas são da associação, que vai arcar com essa dívida. Nosso objetivo é equacionar os problemas para que a associação, caso haja uma entrada de um investidor, não traga insegurança ao parceiro", disse o presidente Yuri Romão. 

De acordo com os números apresentados na coletiva, a dívida total do Sport estava na casa dos R$ 396 milhões. Agora, com a aprovação da RJ, o passivo passou para R$ 109 milhões. Uma redução de 72% do montante, que foi celebrado por Gustavo Matos.

Durante a Assembleia Geral de Credores, 347 credores marcaram presença na reunião na Ilha do Retiro. Do total, 288 aceitaram o plano de recuperação judicial rubro-negro, o que representa 83% dos presentes. 

"Foram 20 meses intensos, de muito diálogo, principalmente com os credores que queriam dialogar com o clube. Trabalhamos com muita responsabilidade. Não adianta prometer algo que não poderia ser cumprido, porque quando você não tem condições de cumprir, a conta chega ainda mais cara no final", salientou Gustavo.

Após a homologação da recuperação judicial, prevista para janeiro, o Sport dará início aos pagamentos dos credores no mês subsequente. Segundo o presidente, a quantia está dentro do orçamento do clube para 2025.

"Temos um aumento de receita esse ano, até por estar na Série A, mas o orçamento é apertado. Até por isso não faremos loucuras. A ideia é de monetizar o máximo o futebol, aumentar as receitas, para ficar em dia, principalmente neste primeiro ano, com as obrigações. Está dentro do nosso contexto, não é nada que vá tirar o sono, mas também não nos acomodará diante do desafio", ressaltou Yuri. 

Os credores do Sport estão divididos em três grupos: Classe I - trabalhista (286 credores); Classe III - quirografários  (188 credores); Classe IV - empresas de pequeno porte e microempresas (176 credores). 

De acordo com Matos, cada classe tem condição específica para receber o pagamento do Sport, mas com a trabalhista, o clube tem a "obrigação de quitar em 12 meses. As demais classes temos um prazo longo, de 66 meses com pagamentos trimestrais, com condições específicas", explicou.