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Solidão faz bem para a saúde? Veja o que afirma novo estudo

Pesquisa realizada pela Universidade Estadual do Oregon e publicada na PLOS One entrevistou mais de 900 adultos

Novo estudo afirma que solidão pode fazer bem para a saúde - Pexels

Se isolar em uma cabana no meio do nada ou caminhar em um deserto sozinho não restaura a energia ou melhora a conexão social quanto formas menos complexas de solidão, como ler em um café ou ouvir Spotify durante o trajeto.

Os resultados são referentes a uma pesquisa da Universidade Estadual do Oregon (OSU) e publicado na PLOS One.

Morgan Quinn Ross, professor assistente de comunicação na Faculdade de Artes Liberais da OSU, e Scott Campbell, da Universidade Estadual de Ohio, entrevistaram quase 900 adultos nos Estados Unidos e descobriram que atividades que proporcionam formas menos completas de solidão, como jogar um jogo no celular ou ir ao cinema sozinho, oferecem algumas vantagens em relação a um passeio solitário no deserto ou a escrever em uma cabana isolada.

"Aprendemos que uma solidão menos completa tem mais probabilidade de restaurar a energia e manter um sentimento de conexão com os outros. Em um mundo onde a interação social está quase sempre a apenas um clique de distância, precisamos entender como equilibrar a interação social com diferentes tipos de solidão”, explica Ross.

Para o estudo, Ross e Campbell examinaram as condições sob as quais a solidão de um indivíduo pode ser "ofuscada" por pessoas e/ou tecnologia; a acessibilidade a outros e o envolvimento com a mídia podem ofuscar a experiência de solidão, fazendo com que o tempo sozinho seja mais social por natureza.

"Nosso estudo sugere que a solidão não é, de fato, o outro lado da interação social. Enquanto uma interação social mais intensa produz conexão, mas esgota a energia, a solidão mais intensa esgota tanto a energia quanto a conexão. A solidão não parece funcionar simplesmente como uma forma de recuperar a energia usada na interação social”, afirmou o pesquisador.

Os cientistas também descobriram que a solidão era menos prejudicial ao bem-estar de indivíduos que achavam que isso os ajudava a restaurar a energia e a manter a conexão, independentemente de quanta energia suas interações sociais lhes custavam.

"Se você tem uma atitude positiva em relação à solidão — porque você a usa para restaurar energia e sabe que será capaz de se conectar com as pessoas mais tarde — então escolher a solidão provavelmente fará você se sentir melhor", ele disse. "Mas se você escolher a solidão por causa de uma atitude negativa em relação à interação social — porque você não quer falar com as pessoas — isso provavelmente fará você se sentir pior”, diz.

Outros estudos
Um estudo recente publicado na Jama Surgery descobriu que a solidão pode ter efeitos negativos na recuperação pós-operatória de adultos mais velhos.

Além disso, o sentimento, junto com o isolamento social, pode aumentar o risco de mortalidade em cerca de 30%. Pode causar um risco aumentado de doenças cardiovasculares, derrame, demência e problemas de saúde mental, como depressão.

O isolamento social e a solidão são agora considerados problemas globais de saúde pública e muitos especialistas chamam isso de epidemia, embora seja difícil mensurar com precisão.

Um artigo de 2021 da Organização Mundial da Saúde (OMS) descobriu que entre 20% e 34% dos idosos na China, Europa, América Latina e Estados Unidos se sentem solitários.

Outro estudo recente publicado no British Medical Journal descobriu (apesar de uma falta significativa de dados) que a solidão varia de acordo com a região e a faixa etária. A prevalência de solidão para adolescentes variou de 9,2% no Sudeste Asiático a 14,4% na região do Mediterrâneo Oriental.

A menor prevalência de solidão foi consistentemente observada nos países do norte da Europa (de 3% em jovens adultos para 5,2% em idosos) e a mais alta na Europa Oriental (7,5% em jovens adultos e mais de 21% em idosos).

A falta de companheirismo pode deixá-lo doente e, eventualmente, até matá-lo. Uma revisão científica de 2015 estimou que a solidão, o isolamento social e morar sozinho aumentam o risco de morte em 26%, 29% e 30%, respectivamente.