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Peru declara "emergência ambiental" por derramamento de petróleo no mar

A medida terá validade de 90 dias, período em que as autoridades deverão realizar os trabalhos de recuperação e remediação da área contaminada

O vazamento foi detectado na sexta-feira (20) na praia Las Capullanas - NICOLAS LANDA TAMI/AFP

O Peru declarou na noite de quarta-feira (25) 'emergência ambiental' em uma província turística costeira no norte do país, afetada por um derramamento de óleo da empresa estatal Petroperú desde o fim de semana.

A medida terá validade de 90 dias, período em que as autoridades "deverão realizar os trabalhos de recuperação e remediação" da área contaminada na província de Talara, de acordo com uma resolução do Ministério do Meio Ambiente citada pela agência estatal Andina.

Segundo a Petroperú, as ações de limpeza em cerca de seis praias afetadas no distrito de Lobitos "praticamente foram concluídas", restando os trabalhos de remediação para mitigar o impacto sobre aves, fauna e o comércio da região, cuja população depende da pesca e do turismo.

 

O vazamento foi detectado na sexta-feira (20) na praia Las Capullanas, quando seria realizado o embarque de óleo no navio Polyaigos, informou a empresa em um comunicado no sábado, sem detalhar a causa do incidente. Essa praia está localizada a 10 quilômetros da refinaria de Talara, operada pela Petroperú.

O Organismo de Avaliação e Fiscalização Ambiental (OEFA), vinculado ao governo, verificou na segunda-feira que o óleo derramado se espalhou por uma área de 47 a 229 hectares, desde a refinaria de Talara até a praia Cabo Blanco.

O volume de óleo derramado no mar não foi informado pela empresa, mas segundo a imprensa local, seria equivalente a um barril de petróleo (cerca de 42 galões).

O Ministério Público do Peru, por sua vez, iniciou no domingo uma investigação contra a Petroperú por possível crime de contaminação ambiental, após encontrar evidências de "presença de uma substância oleosa e sedimentos impregnados tanto no mar quanto na areia da praia Las Capullanas". Também foram encontradas "aves e fauna marinha gravemente afetadas pela contaminação das águas", acrescentou.

O atual derramamento é menor em comparação ao desastre ambiental de 15 de janeiro de 2022, quando cerca de 12 mil barris de petróleo da espanhola Repsol foram despejados nas costas, afetando 71 locais, incluindo praias, ilhas e áreas naturais protegidas ao norte de Lima.