Brasil diz que carne brasileira "não prejudica" indústria da China
Chineses enfrentam excesso de oferta do alimento
Após a China anunciar o início de uma investigação sobre as importações de carne bovina que pode afetar o Brasil, o governo brasileiro afirmou que buscará demonstrar que a carne exportada ao país asiático "não causa qualquer tipo de prejuízo à indústria chinesa”.
Em comunicado desta sexta-feira, os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e das Relações Exteriores informam estar cientes da investigação, que, no período de oito meses, deverá analisar as importações de carne bovina entre 2019 até o primeiro semestre de 2024.
"Não há, em princípio, a adoção de qualquer medida preliminar, permanecendo vigente a tarifa de 12% 'ad valorem' que a China aplica sobre as importações de carne bovina", afirma o governo.
"Durante os próximos meses, o governo brasileiro, em conjunto com o setor exportador, buscará demonstrar que a carne bovina brasileira exportada à China não causa qualquer tipo de prejuízo à indústria chinesa, sendo, pelo contrário, importante fator de complementariedade da produção local chinesa", completa a nota.
Maior importador e consumidor de carne do mundo, o país chinês tem enfrentado excesso de oferta do produto, o que levou o preço da carne doméstica despencar e uma investigação ser aberta pelo Ministério do Comércio chinês nesta sexta.
A investigação impacta diretamente o Brasil, um dos principais fornecedores de carne ao país. A China consolidou-se nos últimos anos como o maior parceiro comercial do Brasil em proteínas animais. Em 2024, as exportações brasileiras de carne bovina para o país somaram mais de 1 milhão de toneladas, representando aumento de 12,7% em relação ao mesmo período de 2023.