ENTREVISTA

Prefeito de Aliança confirma bate chapa contra Marcelo pela presidência da Amupe

A disputa pela presidência da Associação Municipalista de Pernambuco será realizada no final de fevereiro de 2025

Amupe terá eleições em 2025 - Folha de Pernambuco/Arquivo

O prefeito eleito de Aliança, na Zona da Mata Norte do Estado, Pedro Freitas (PP), confirmou, em entrevista à Folha, sua candidatura à presidência da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). A disputa será realizada no final de fevereiro de 2025 e o adversário principal de Pedro Freitas é o atual prefeito de Paudalho, também na Mata Norte, Marcelo Gouveia (Podemos), que já preside a entidade e vai buscar à reeleição.

O pano de fundo do pleito é a uma guerra silenciosa entre os Gouveia e os Da Fonte, grupo dos deputados federais Eduardo da Fonte (PP) e Lula da Fonte (PP), que já resultou na derrota do deputado estadual Gustavo Gouveia (SD), quando tentou buscar à reeleição para a primeira-secretaria da Assembleia Legislativa do Estado (Alepe), no início deste mês. Uma articulação da bancada do PP na Casa levou o deputado Francismar Pontes (PSB) a vencer a disputa contra Gustavo Gouveia.

Agora, o próximo duelo será a eleição da Amupe. O grupo dos Da Fonte aposta na eleição de um prefeito que esteja em mandato, como Pedro Freitas, que vai tomar posse em 1° de janeiro. Marcelo Gouveia está encerrando sua segunda gestão à frente da Prefeitura de Paudalho no próximo dia 31 e, portanto, não será prefeito ano que vem. Mas ele aposta na história do ex-presidente da associação, o ex-deputado estadual José Patriota, que presidiu a Amupe mesmo sem mandato.

"Existe uma tradição nos últimos anos de a associação sair com uma candidatura única. Estamos à disposição para sentar e discutir o assunto. O que a gente não quer abrir mão é de que a Amupe seja a prioridade. Que a gente possa unir aí um bom time em prol do protagonismo da associação", afirmou Freitas. Segundo ele, o seu projeto ganhou força porque os prefeitos não cogitavam esse movimento da continuidade da gestão Gouveia.

"Acho que isso foi dando muito espaço e corpo ao nosso projeto. Depois ele (Marcelo) se pronunciou, que pretende disputar, acho que a discussão tem avançado, tanto da parte dele, quanto da minha, afinal, vamos ver se chega a um consenso, ou se realmente a eleição vai ter mais de uma chapa", comentou.

Questionado se poderia abrir mão de ser candidato para que a eleição tivesse apenas uma chapa, como na tradição, Freitas disse que no cenário atual, com Gouveia na disputa, ele não abre. "Eu acho que a gente precisa ter tranquilidade nas decisões. A candidatura hoje está posta, é firme. A gente tem tido a cada dia uma adesão maior, de mais prefeitos, mais partidos. Mas isso não significa que a gente não possa estar na mesa para construir um projeto. Conversamos com quase a totalidade dos prefeitos e pretendo concluir todos esse ano ainda. Digo a você com muita tranquilidade que o projeto é competitivo e que a gente vai continuar nessa busca", reforçou.

O prefeito também falou sobre sua candidatura representar o lado da governadora Raquel Lyra (PSDB) ou do prefeito do Recife, João Campos (PSB). Mas disse que espera que a disputa não tome esse rumo. "Acredito que a Amupe é suprapartidária, a gente tem conversado com partidos da base do Governo, com partidos de oposição, para demonstrar que independente do Governo Estadual ou do Governo Federal, os municípios sempre vão precisar ter autonomia e capacidade de discutir o que é importante para eles. A gente teve um grande exemplo na gestão de Zé Patriota. Apesar do alinhamento político que ele sempre teve, nas discussões que envolviam os interesses dos municípios esses interesses sempre estavam acima", defendeu.