RÚSSIA

Putin admite que sistema antiaéreo estava ativo no momento de queda de avião do Azerbaijão

O presidente russo não indicou se o avião foi atingido pelos mísseis russos

Vladimir Putin - Gavriil Grigorov/Pool/AFP


O presidente russo, Vladimir Putin, admitiu neste sábado (28) que o sistema antiaéreo russo estava ativo na quarta-feira, quando um avião do Azerbaijão tentou pousar antes de cair no Cazaquistão, segundo o Kremlin.

O presidente russo falou por telefone com o seu homólogo do Azerbaijão, Ilham Aliev, e disse que "o avião do Azerbaijão tentou pousar no aeroporto de Grozny. Neste mesmo momento, as cidades de Grozny, Mozdok e Vladikavkaz estavam sendo atacadas por drones de combate ucranianos, e o sistema de defesa aérea russo repeliu os ataques".

O presidente russo não indicou se o avião foi atingido pelos mísseis russos.

O presidente do Azerbaijão disse a Putin que o avião foi impactado por "uma interferência física externa".

"O chefe de Estado destacou que os múltiplos buracos na fuselagem do avião, os ferimentos sofridos pelos passageiros e tripulantes (…) e os testemunhos (…) confirmam os indícios de interferências físicas e técnicas externas", disse a Presidência em um comunicado.

Desde o incidente desta quarta-feira, as suspeitas são de que a Rússia possa ter derrubado acidentalmente o avião.

Embora Putin não tenha reconhecido a responsabilidade do seu país, o presidente russo pediu desculpas a Aliev neste sábado.

"Vladimir Putin pediu desculpas pelo fato deste trágico incidente ter ocorrido no espaço aéreo russo", disse o Kremlin.

Anteriormente, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, recusou-se a comentar as declarações da Casa Branca sobre o lançamento de mísseis do sistema antiaéreo russo.

Além disso, vários especialistas ocidentais acreditam que as imagens da fuselagem mostram buracos que normalmente são causados por este tipo de míssil.

A vice-presidente da UE, Kaja Kallas, reiterou neste sábado a necessidade de lançar uma investigação internacional independente.

Kallas chama este incidente de "lembrete forte" do voo MH17 da Malaysian Airlines, que foi derrubado por um míssil lançado por rebeldes apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia em 2014.

O avião Embraer 190 da Azerbaijan Airlines, com 67 pessoas a bordo, efetuava um voo na quarta-feira de Baku, capital do Azerbaijão, para Grozny, capital da República da Chechênia, em território russo.

As autoridades do Cazaquistão relataram 38 mortes.