Derrotado nas eleições de BH, Tramonte troca de programa na Record e assume jornal matutino

Terceiro colocado no pleito passado, deputado estadual deixou o Balanço Geral após 16 anos

Carlos Tramonte - reprodução

Terceiro colocado nas eleições municipais de Belo Horizonte, o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) deixou o comando do programa "Balanço Geral", da Record TV, após 16 anos. Nesta segunda-feira, ele estreou na condução do "MG No Ar", telejornal matutino apresentado às 7h na emissora.

— Aproveitando para agradecer a todos pelos 16 anos de Balanço Geral. Agora conto com sua companhia no MG No Ar — disse Tramonte, em vídeo publicado em suas redes sociais.

Segundo a emissora, a mudança se dá em comum acordo com Tramonte e por motivos estratégicos. Desde que o deputado se licenciou para concorrer as eleições municipais, o jornalista Lair Rennó apresenta o Balanço Geral, posto que seguirá ocupando.

Durante o pleito, o então candidato foi acusado de não fazer seu trabalho na Assembleia Legislativa em diversas ocasiões. Isto porquê o programa que apresentava termina às 15h30. As sessões na Casa usualmente começam às 14h.

O prefeito reeleito Fuad Noman (PSD) chegou a levar esta acusação para a televisão.

— Aqui é a Record, onde o Tramonte sempre fez o seu programa até às 15h. Ele ele sai daqui e vai para Assembleia, onde chega por volta das 16h. Todas as sessões terminam às 17h. Ele só trabalha como deputado uma hora por dia e até o Cleitinho sabe disso — dizia o locutor da inserção, que terminou suspensa pela Justiça Eleitoral.

Em 2022, quando ainda era deputado estadual, o senador e correligionário de Tramonte, Cleitinho fez uma fala na Assembleia que ganhou notoriedade. Apesar de ser do Republicanos, o senador apoiou Bruno Engler (PL) nas eleições de BH.

— Tem deputado aqui que a gente sabe que agora tá apresentando o programa de TV ao vivo e chega quando a reunião tá acabando, bate o ponto aqui e pede questão de ordem — disse, à época.

Na política, Mauro Tramonte segue como deputado estadual, com o plano de tentar o Senado Federal ou a reeleição em dois anos.

Seus articuladores apontam que a derrota neste pleito foi muito sentido pelo político, que iniciou a campanha em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto e sofreu uma desidratação na reta final. A avaliação é de que, dificilmente, ele se colocaria novamente nesta disputa.