Haddad diz que conversou com Lula sobre Orçamento e nega possibilidade de elevar IOF

Fernando Haddad - reprodução/vídeo YouTube

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad disse que conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o Orçamento de 2025 na primeira reunião realizada entre os dois neste ano. Haddad ainda negou que o governo discuta elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para conter a saída do dólar no Brasil.

Questionado se discutiram eventuais novas medidas de contenção de gastos, Haddad negou e disse que a pauta do primeiro despacho de 2025 com o presidente foi o Orçamento deste ano.

— Não conversamos sobre isso. Conversamos sobre outros temas, mais um planejamento para o ano, questão do orçamento, que precisa ser votado —disse à jornalistas no Ministério da Fazenda nesta segunda (6).
 

O Congresso Nacional ainda precisa aprovar a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, que dá as bases para a elaboração e a execução do Orçamento do ano que vem, foi sancionada pelo presidente Lula no dia 31 de dezembro do ano passado.

Haddad ainda negou que o governo esteja discutindo uma elevação do IOF para tentar conter a fuga de dólares no Brasil. Segundo o ministro, a trajetória de subida da moeda americana terá um "processo de acomodação natural".

—A questão do dólar, a gente precisa entender isso, tem um processo de acomodação natural e nós tivemos um estresse no final do ano passado no mundo todo, tivemos um estresse aqui também, hoje mesmo o presidente eleito dos Estados Unidos deu declarações moderando determinadas propostas que foram feitas durante a campanha, é natural que se acomode. Mas não existe discussão de mudar regime cambial nem de aumentar imposto — afirmou.

O fluxo de saída de recursos do país atingiu US$ 24,314 bilhões em dezembro de 2024, até o dia 27, segundo dados divulgados pelo Banco Central na semana passada. Esse movimento negativo é o maior para um único mês da série histórica do BC, iniciada em setembro de 2008 — em plena crise financeira global. O recorde anterior havia sido no último mês de 2019 (com saída de US$ 17,612 bilhões).