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Sobreviventes de forte terremoto enfrentam temperatura abaixo de zero no Tibete

Equipes de resgate correram para distribuir cobertores e barracas às pessoas deslocadas pelo terremoto de magnitude 7,1 que atingiu vilarejos tibetanos próximos ao Nepal, destruindo mais de 3 mil casas

Socorrista busca sobreviventes em uma casa com um cão de resgate após um terremoto no distrito de Cuoguo, em Shigatse, na região do Tibete, no sudoeste da China, em 8 de janeiro de 2025 - AFP

Socorristas fizeram buscas sob condições de temperatura abaixo de zero e ventos fortes após o forte terremoto que derrubou milhares de casas em uma área remota do Tibete, próxima ao norte do Monte Everest. Dezenas de milhares de moradores foram transferidos para locais seguros, enquanto dezenas de feridos ainda recebia tratamento.

Pelo menos 126 pessoas morreram e 188 ficaram feridas no terremoto, que ocorreu na manhã de terça-feira no Condado de Dingri, próximo a uma das cidades mais históricas do Tibete, no oeste da China, segundo reportou a mídia estatal. Foi o terremoto mais mortal da China desde dezembro de 2023, quando 151 pessoas morreram em um tremor de magnitude 6,2 nas províncias de Gansu e Qinghai, no noroeste do país.

 

A área já registrou mais de 600 réplicas, algumas com magnitude superior a 4,0, informou a mídia estatal chinesa. Sobreviventes e equipes de resgate enfrentaram temperaturas congelantes, com os termômetros atingindo mínimas de −18 graus Celsius à noite. Imagens aéreas recentes próximas ao epicentro mostraram superfícies de lagos congelados, e as temperaturas devem continuar baixas pelos próximos três dias, o que pode reduzir a janela para resgatar sobreviventes.

A verdadeira extensão dos danos é difícil de determinar de forma independente. O Tibete é uma das regiões mais inacessíveis e subdesenvolvidas da China. A segurança foi intensificada por décadas devido às tensões entre Pequim e os tibetanos, muitos dos quais lutam para manter sua identidade cultural e tradições religiosas em um país dominado pelos chineses Han. Jornalistas estrangeiros são proibidos de viajar de forma independente na região.


Grande parte do esforço de ajuda está concentrado em proteger contra o frio. A emissora estatal mostrou imagens de equipes de resgate montando barracas cobertas com camadas isolantes e equipadas com painéis de luz alimentados por geradores, enquanto moradores deslocados, enrolados em cobertores, se reuniam em catres e cadeiras.

Zhang Guoqing, vice-primeiro-ministro, visitou hospitais e acampamentos de barracas na noite de segunda-feira. Ele orientou as equipes de resgate a se concentrarem em encontrar sobreviventes restantes, oferecer cuidados médicos aos necessitados e garantir que os deslocados tenham comida suficiente e meios para suportar o inverno rigoroso.

Equipes de resgate retiraram mais de 400 sobreviventes dos escombros durante a noite. Cerca de 46 mil pessoas foram realocadas para locais seguros.

A mídia estatal chinesa informou que as obstruções nas estradas foram removidas e a eletricidade foi restaurada na maioria das cidades e vilarejos próximos. A emissora estatal exibiu imagens de soldados escavando escombros com luvas e pás.