México

Presidente mexicana sugere mudar nome dos EUA para 'América Mexicana' após Trump propor rebatizar Go

Declaração de Claudia Sheinbaum, acompanhada de um mapa-múndi do século XVII, rebate fala de republicano sobre mudança no nome da região para Golfo da América

Presidente do México, Claudia Sheinbaum, fala durante conferência diária no Palácio Nacional na Cidade do México em 8 de janeiro de 2025 - Alfredo Estrella/AFP

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta quarta-feira que os Estados Unidos deveriam ser chamados de "América mexicana", em provocação à proposta do presidente eleito americano, Donald Trump, de mudar o nome do Golfo do México para "Golfo da América", com "América" fazendo referência aos EUA e não ao continente.

— Obviamente o nome do Golfo do México é reconhecido pelas Nações Unidas. Por que não o chamamos de América mexicana [os EUA]? Parece bom, não é? — disse a presidente em sua habitual entrevista coletiva diante de um mapa-múndi do século XVII em que aparece a região América do Norte com esse nome. E acrescentou: — Ele falou sobre o nome, nós também falamos sobre o nome.

Apesar da resposta à altura, Sheinbaum disse que "terá uma boa relação com o presidente Trump."

— Em que me baseio? Que houve uma boa relação com o presidente (Andrés Manuel) López Obrador (2018-24) — disse, em referência ao seu antecessor e aliado.

A fala de Trump ocorreu durante uma entrevista coletiva na terça-feira, incialmente voltada para anunciar investimentos dos Emirados Árabes em tecnologia americana. O republicano disse que gostaria de mudar o nome do Golfo do México quando assumir a presidência dos EUA, no próximo dia 20. Ele também afirmou que o México é essencialmente governado por cartéis.

Trump já tinha ameaçado impor tarifas de 25% ao México se não impedisse a entrada de imigrantes sem documentos e de drogas no seu país, o que pode pressionar Sheinbaum a ceder, assim como o fez López Obrador durante o primeiro mandato do republicano.

O magnata também anunciou que declarará os cartéis mexicanos como terroristas, medida que já considerava em seu mandato anterior (2017-2021), mas foi arquivada a pedido de López Obrador, que concordou em cooperar em matéria de segurança, rejeitando uma possível presença militar americana no seu território. Sheinbaum também criticou a medida sob o mesmo argumento do seu antecessor, de evitar uma incursão estrangeira que ameace a soberania do país.

Além da fala sobre o Golfo do México durante a entrevista coletiva de terça, o republicano também disse que não descarta uma ação militar para assumir o controle do Canal do Panamá ou da Groenlândia, argumentando "motivos de segurança econômica".

Reforçou ainda a proposta de anexar o Canadá aos EUA, transformando-o no "51º estado" americano, e que, diferentemente do Panamá e da Groenlândia, usaria a força econômica para atingir seu objetivo.