Dívidas

Inadimplência recua no Recife e expectativas para 2025 são otimistas

O cartão de crédito permanece como o principal tipo de dívida, utilizado por 93% das famílias entrevistadas

Inadimplência - Marcos Santos/usp imagens

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) aponta que, em dezembro do ano passado, o percentual de inadimplentes no Recife recuou para 26,1%, uma queda em relação aos 26,9% registrados em novembro. Comparado ao mesmo período de 2023, o índice acumula uma redução significativa de 16,7%, o que representa 27.576 famílias que deixaram a inadimplência ao longo do ano. O número de famílias que acreditam não conseguir quitar suas contas atrasadas também diminuiu, alcançando 12,5%.  

A análise produzida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e com recorte local realizado pela Fecomércio-PE, apresenta um cenário positivo para as famílias recifenses no final de 2024. Além disso, os dados refletem uma recuperação gradual no mercado de trabalho em 2024, com impactos diretos na estabilidade financeira das famílias.

Para a Fecomércio, o aumento no número de empregos formais e a estabilização do poder de compra têm contribuído para aliviar o peso das dívidas sobre a renda familiar, que, em média, continua comprometida em 30,3%.

  

Origem da dívida

O cartão de crédito permanece como o principal tipo de dívida, utilizado por 93% das famílias entrevistadas. Outros formatos, como carnês (28,6%) e financiamentos habitacionais (6,5%), também seguem relevantes na composição do endividamento.  

Segundo Bernardo Peixoto, presidente da Fecomércio-PE, os resultados são animadores.

“A queda na inadimplência é um sinal positivo, refletindo um mercado de trabalho mais ajustado e maior estabilidade no orçamento familiar. Embora o nível de endividamento ainda seja elevado, principalmente pelo uso do cartão de crédito, os dados indicam que o consumidor está se reorganizando financeiramente. Para os empresários, isso representa um cenário mais favorável em 2025, com expectativas de um consumo mais equilibrado e oportunidades de crescimento no comércio.”  

O economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, também destacou a importância do contexto econômico atual: “O recuo na inadimplência, aliado à estabilidade no nível de endividamento em torno de 82%, demonstra o esforço das famílias em ajustar suas finanças. O cartão de crédito continua sendo um recurso essencial no orçamento doméstico. Contudo, a continuidade da recuperação do mercado de trabalho será crucial para manter esse equilíbrio em 2025.”