Democracia

Ato no Recife reivindica a não anistia aos manifestantes do 8 de janeiro

Movimentação foi realizada na Conde da Boa Vista, na Zona Central da capital pernambucana

Ato contra a tentativa de golpe de 8 de janeiro, no Recife - Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco

Dois anos após os atos do 8 de janeiro de 2023, o debate sobre as manifestações que atingiram as sedes dos Três Poderes segue na pauta da sociedade, em uma data simbólica. Nesta quarta-feira (08), um ato, convocado pela Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE) junto a outros movimentos sociais e sindicais, foi realizado no centro do Recife. O objetivo da mobilização é combater a anistia dos manifestantes que atacaram as instituições brasileiras. 

Presidente da CUT de Pernambuco, Paulo Rocha avaliou a importância do movimento e os significados por trás da manifestação. 

"Estamos aqui relembrando o que aconteceu há dois anos, aquela tentativa de golpe, que foi tentada pela forma mais dura, pela arma e violência. Tentaram introduzir, mais uma vez, uma ditadura no Brasil e sabemos o que isso significa para o povo", iniciou.  

Ele defendeu a condenação dos manifestantes que atentaram contra as instituições. "Por isso, defendemos que quem cometeu o crime de tentar acabar com a democracia, que seja investigado e processado decentemente e cumpra o que a lei propõe. Que essas pessoas sejam presas e não anistiadas", concluiu o líder sindical. 

Ato em defesa da democracia contou com vários movimentos sociais e sindicais, na Conde da Boa Vista, coração do Centro do Recife - Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco 

Durante a manifestação, vários foram os discursos com críticas à anistia concedida após o regime civil-militar de 1964 e ao possível perdão àqueles que participaram dos atos de 8 de janeiro. Para Paulo Rocha, o País só poderá avançar livremente quando resolver essas pendências do passado.

"A anistia de 1964 foi feita de forma equivocada, já que perdoou torturadores e criminosos. A gente precisa resolver isso, para podermos acabar com o histórico de ditaduras e ter um Brasil diferente." 

Lideranças

A movimentação também contou com a presença de lideranças políticas de esquerda, como do ex-prefeito do Recife e deputado estadual, João Paulo (PT), que refletiu sobre os possíveis efeitos dos atos de 8 de janeiro na sociedade. "O objetivo do golpe vem na perspectiva de retirar direitos dos trabalhadores, daqueles que realmente constroem a riqueza desse País", opinou.  

O deputado estadual João Paulo se fez presente na manisfestação - Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco