Embaixada de Israel no México critica destruição de estátua de Netanyahu por manifestante
Vídeo que circula nas redes sociais mostra um homem com o rosto coberto desferindo golpes no objeto de cera com o que parece ser um martelo antes de derrubá-lo no chão
A Embaixada israelense no México condenou nesta quarta-feira a destruição de uma estátua do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu exposta museu de cera da capital mexicana. A ação foi gravada, e o vídeo viralizou nas redes sociais. Em comunicado, a embaixada classificou o caso como "abominável", afirmando "que envia uma mensagem perigosa de violência, intolerância e ódio, que excede qualquer crítica legítima".
A embaixada disse ainda que Israel "lidera uma luta justa contra uma organização terrorista, cujas ações cruéis custaram a vida de vários civis", em referência ao ataque terrorista liderado pelo Hamas em 7 de outubro, que deixou 1,2 mil pessoas mortas e fez cerca de 250 reféns, dando início à guerra em Gaza. E disse esperar que "as instituições culturais tomem medidas para evitar atos de vandalismo como o que testemunhamos e protejam a arte em exibição".
O vídeo mostra uma pessoa com o rosto coberto destruindo a estátua do primeiro-ministro de Israel em uma área do museu de cera onde são exibidas figuras de outros chefes de Estado. Em um dos trechos que circula na internet, o homem é visto colocando uma bandeira palestina aos pés da figura de Netanyahu, depois jogando um líquido vermelho sobre ela e batendo nela com um objeto semelhante a um martelo antes de finalmente derrubá-la.
— Viva a Palestina, viva o Sudão, viva o Iêmen, viva Porto Rico — diz o homem antes de deixar o campo de visão da câmera.
Uma publicação na rede social Instagram indica que se trata de um ativista anônimo.
Em maio passado, um grupo de manifestantes pró-Palestina atacou a embaixada de Israel no México. A manifestação, que teria reunido cerca de 200 pessoas e começado de maneira pacífica, protestava na época contra os ataques israelenses à cidade de Rafah, no extremo sul de Gaza, que autoridades palestinas e organizações internacionais afirmavam ser uma zona humanitária delimitada pelo próprio Exército israelense.
Também em maio, dezenas de estudantes da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), a maior do país, acamparam no campus da instituição em protesto contra a ofensiva israelense na Faixa de Gaza e em solidariedade à onda de acampamentos estudantis pró-palestinos nas universidades dos Estados Unidos.
Nesta quarta-feira, as forças israelenses r ecuperaram o corpo de um refém beduíno, identificado como Yosef al-Zaydni, mantido refém na Faixa de Gaza desde outubro de 2023. Do número total de sequestrados, 96 pessoas ainda estão presas em Gaza, das quais 34 foram declaradas mortas pelo Exército israelense. Além de al-Zaydni, as forças israelenses estão analisando outros restos mortais que podem pertencer a outro refém mantido no enclave.
Por sua vez, a campanha de represália militar maciça de Israel em Gaza já matou 45.805 pessoas, a maioria delas civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território palestino. Organizações internacionais, como a Human Rights Watch (HRW) e a Médicos Sem Fronteiras (MSF), além de países como a África do Sul, criticaram fortemente a conduta de Israel em sua campanha em Gaza, denunciando "atos de genocídio" ou "limpeza étnica". Israel rejeita essas acusações como "mentiras".