Dolce & Gabbana ganha exposição no Grand Palais, em Paris, com mais de 200 peças
Mostra será inaugurada nesta sexta-feira (10) com roupas e joias da marca italiana
A dupla de estilistas italianos Dolce & Gabbana desembarca pela primeira vez em Paris nesta sexta-feira (10), com uma exposição no Grand Palais: mais de 200 vestidos, joias e ternos que são uma homenagem ao artesanato italiano.
O desfile "Du coeur à la main" ("Do coração para a mão") foi um grande sucesso no ano passado em Milão e agora se tornou o cartão de visita da marca na capital da moda.
Organizado no recém-reformado Grand Palais, com uma atmosfera suntuosa em cada uma das dez salas, "Du coeur à la main" mostra todas as influências do siciliano Domenico Dolce e do milanês Steffano Gabbana.
E as influências artísticas na Itália são inesgotáveis: o Renascimento, com uma sala que homenageia o Palácio Farnese, a inspiração clássica de Roma e Bizâncio, a devoção religiosa, o colorido das festas populares sicilianas, com uma sala inteiramente decorada com azulejos pintados à mão, o filme "O Leopardo", de Luchino Visconti.
Aberta até 31 de março, a exposição inclui uma reprodução do ateliê da dupla, onde suas funcionárias costuravam vestidos na quinta-feira (9).
A exposição abre duas semanas antes do início da temporada de moda de Paris, primeiro com a Semana de Moda Masculina (21 a 26 de janeiro) e depois com a Alta Costura (27 a 30 de janeiro).
Vestidos com apenas uma unidade
A Dolce & Gabbana lançou sua primeira coleção há 40 anos, em 1985, com um lençol como cortina decorativa. Desde então, a dupla se tornou um dos principais nomes da moda italiana, com incursões em acessórios e decoração.
- Esta é a primeira vez que eles apresentam seu trabalho e revelam sua alta costura - disse Florence Müller, curadora da exposição.
Os desfiles da Dolce & Gabbana, sempre realizados em algum cenário italiano, das ruínas greco-romanas de Agrigento ao La Scala de Milão, se tornaram um dos eventos mais exclusivos do mundo da moda.
- São coleções bastante confidenciais, reservadas a clientes de alta costura - acrescenta a curadora. - Alguns dos vestidos são únicos - explica.
Uma "Madonna" do pintor Rafael fica igualmente bem em uma jaqueta masculina ou em uma saia ampla feminina, bordada com lápis-lazúli. O famoso "Retrato de um Músico" (1485), de Leonardo da Vinci, é tecido em seda e malha de algodão.
A era greco-romana é representada em camadas e vestidos com estampas geométricas, mas reinventada com referências ao peplum.
- Os vestidos remetem à decoração, e vice-versa - explica a curadora.
Um enorme coração sangrento, dourado, no estilo das imagens religiosas barrocas, destaca-se na sala dedicada à devoção católica, com uma grande capa de renda preta bordada com fios de ouro e pedrarias.
Um repertório artesanal que tem feito sucesso para a marca, que em março do ano passado apresentou um balanço otimista, com um aumento de 17% nas vendas, atingindo 1,871 bilhão de euros (cerca de R$ 12 bilhões).
A Dolce & Gabbana, no entanto, considera abrir seu capital, declarou seu presidente, Alfonso Dolce, irmão do estilista, em julho de 2024.