Atriz de "Barrados no Baile" conta como é viver com a compulsão por acumular objetos
Tori Spelling já teve 50 depósitos de armazenamento, mas hoje ela entende que tudo começou na infância privilegiada: "Casa que meus pais construíram tinha cerca de 125 cômodos"
Tori Spelling não tem problemas em admitir publicamente suas questões pessoais ou complicações sentimentais. Agora, a atriz, famosa por sua participação na série "Barrados no baile", refletiu sobre sua tendência de se apegar às coisas e questionou se é uma "acumuladora", termo usado para descrever pessoas que acumulam bens materiais de forma descontrolada.
No episódio desta semana de seu podcast 9021Omg, a estrela teve uma conversa sincera com a psicóloga Robin Zasio, da série Hoarders (Acumuladores), do canal A&E. Durante a conversa, Spelling falou sobre sua ligação emocional com os objetos e a dificuldade de se desfazer deles — um problema que, segundo ela, tem raízes na forma como foi criada.
"Eu me considero uma acumuladora o tempo todo, mas adoraria redefinir essa palavra", disse Spelling, de 51 anos. "Estou entrando no próximo capítulo da minha vida, redefinindo muitas palavras que as pessoas associam a uma conotação ou definição específica. E, embora eu me chame de 'acumuladora', não sei se sou, tecnicamente", refletiu.
Essa não é a primeira vez que Spelling aborda o grande volume de objetos que acumulou ao longo da vida. Em abril de 2024, ela admitiu possuir 50 grandes depósitos de armazenamento, o que gerava um custo mensal tão alto que precisou vender parte de suas coisas.
Segundo explicou Zasio, especialista em transtornos obsessivos compulsivos, o ato de colecionar coisas se torna um problema quando "essa desordem interfere na vida da própria pessoa e naquelas que a rodeiam".
Ela também afirmou que é importante fazer perguntas como: "Essas coisas estão interferindo no seu bem-estar pessoal e nas pessoas que vivem com você? E também: você está impedindo que as pessoas venham à sua casa, ao seu trabalho ou a qualquer outro lugar porque tem medo de ser julgado, preocupado com o que vão dizer?"
A artista explicou que parte de seu problema vem da forma como foi criada. “Tivemos uma educação muito confortável e havia espaço para guardar as coisas acumuladas”, disse, revelando que sua família mantinha vários depósitos de armazenamento, e ela adquiriu esse hábito.
"Quando fui morar sozinha, com quase 19 anos, logo pensei: 'Preciso de um armário para guardar todos os enfeites de Natal'. Também achei que todas as roupas que usei em "Barrados no baile" não poderiam ser desfeitas, então as enviei para um depósito, sabe... E assim por diante", explicou.
"Acumulo muitas coisas, e isso acontece desde sempre. Tive uma vida grande, plena e incrível até agora. E era demais me desfazer de coisas às quais atribuía valor emocional", continou a atriz, acrescentando que se sente feliz por ter guardado um pouco de roupas, pois agora sua filha pode usar peças vintage.
Uma vez que a dívida cresceu e ela deixou de alugar alguns desses depósitos, começou a guardar coisas em sua garagem. "Não dá para entrar nela", admitiu. "Não quero parecer que estou na defensiva, porque não estou. Quero uma solução para esse problema", disse a atriz.
"Fisicamente, não tenho tempo. E acho que muito do que chamo de acúmulo vem da minha falta de tempo. E, quando tenho tempo, é um círculo vicioso, porque com cinco filhos e sendo mãe solteira, é difícil. Minha lista de prioridades não inclui as coisas que guardei."
A atriz passou parte de sua adolescência em uma mansão de 125 quartos, avaliada em US$ 135,5 milhões, onde vivia com seu pai, o bem-sucedido produtor de TV Aaron Spelling, sua mãe Candy Spelling e seu irmão Randy.
“Antes de demolir a casa original, havia passagens secretas e uma biblioteca subterrânea... Se você empurrasse um móvel que funcionava como uma espécie de porta secreta, entrava em cômodos completamente ocultos”, lembrou.
"Depois, na casa que meus pais construíram, com cerca de 125 cômodos, havia uma sala de boliche, um salão de beleza, uma academia, uma sala de jogos, um bar, uma sala de bilhar e um museu de bonecas", detalhou recentemente, mencionando também a quantidade de objetos que havia em seu lar.