Tecnologia

Meta troca temas LGBT+ no Messenger. "Orgulho" vira "Arco-Íris", mas volta atrás após críticas

Algumas opções de diversidade, como as chamadas de "Transgênero" e "Não-binário", foram excluídas da plataforma

Meta é responsável pelas redes sociais WhatsApp, Facebook, Instagram e Threads - Lionel Bonaventure/ AFP

Usuários que usavam temas do Messenger com nomes relacionados à comunidade LGBT+ notaram mudanças para títulos mais genéricos nesta quarta-feira, como o que se chamava "Orgulho", que acabou virando "Arco-Íris". No entanto, após receber críticas nas redes sociais, a Meta parece ter voltado atrás neste exemplo, além de ter excluído algumas outras opções de diversidade que existiam.

O acontecimento vem após Mark Zuckerberg anunciar, nesta terça, mudanças nas políticas da companhia, que estão sendo criticadas por especialistas e entidades em todo o mundo.

As novas diretrizes já vêm tendo outros impactos em grupos LGBT+, uma vez que a Meta confirmou que irá permitir que publicações associem "doenças mentais" às identidades de gênero ou orientações sexuais, como pessoas trans e gays.

A informação, adiantada pelo portal Núcleo Jornalismo, mostrou que o tema intitulado "Orgulho" tinha passado a se chamar "Arco-íris". Mas quem entra agora no Messenger pode reparar que o nome voltou a ser "Orgulho LGBTQIA+". Já temas como "Transgênero" e "Não-binário", que haviam sido trocados para "Algodão-doce" e "Pôr do sol dourado", não estão mais disponíveis na plataforma.

As várias opções de temas do Messenger permitem que os usuários customizem seus chats, mudando as cores dos balões de mensagem e de outros elementos. Os temas relacionados à diversidade de gênero e sexualidade foram implementados na plataforma em 2022, como uma ação da companhia durante o Mês do Orgulho LBGT+, em junho.

Procurada, a Meta não respondeu ao Globo até o momento.

Tema do Messenger em homenagem ao Orgulho LGBTQIA+ teve seu nome alterado, mas voltou ao normal após críticas. | Foto: Reprodução/X

Novas diretrizes
As ações são parte das movimentações da companhia para afrouxar as políticas de moderação de conteúdo de suas redes sociais (Facebook, Threads e Instagram), anunciadas nesta terça-feira.

Vídeo publicado no Instagram pelo fundador e CEO da Meta, Mark Zuckerberg, está gerando discussões entre especialistas, que avaliam possível risco de elevar a disseminação de conteúdo falso e radicalizado e falam da necessidade de regulamentação de redes sociais.

No vídeo, Zuckerberg fala que debates sobre potenciais danos do conteúdo on-line acabaram levando ao que chamou de casos de "censura" e defendeu a importância de proteger a liberdade de expressão, destacando ainda a influência de questões políticas no debate.

— As últimas eleições também parecem um ponto de inflexão cultural para mais uma vez priorizar o discurso. Então vamos voltar às nossas raízes e focar em reduzir erros, simplificar nossas políticas e restaurar a liberdade de expressão em nossas plataformas — disse ele.