SAÚDE

Bryan Johnson: milionário que quer voltar aos 18 anos corta protocolo após indícios de que envelhece

Magnata, que tomava 13 miligramas do imunossupressor rapamicina apesar dos questionamentos da comunidade científica, relatou ter sofrido 'efeitos colaterais pesados'

Bilionário americano Bryan Johnson tem como objetivo voltar biologicamente aos 18 anos - Reprodução

Bryan Johnson, o empresário americano que ficou conhecido mundialmente pela sua busca pela juventude, abandonou um dos protocolos mais agressivos "anti-aging". O magnata tomava, a cada duas semanas, 13 miligramas do imunossupressor rapamicina, normalmente prescrita para pacientes de transplante de órgãos para suprimir seus sistemas imunológicos.

A substância não é aprovada pela Food and Drug Administration dos EUA para aplicações anti-envelhecimento, mas alguns médicos pelo mundo a tem prescrito a pacientes, como Johnson, para o uso off-label, com base no resultado positivo de testes em camundongos.

 

No documentário “Don´t Die – The Man who wants to live forever” (Não Morra – O Homem que quer viver para sempre, em tradução livre), Johnson classifica o seu uso de rapamicina como "o protocolo mais agressivo de qualquer pessoa na indústria". No entanto, depois de cinco anos de adoção desse tratamento, em setembro, o milionário e seus profissionais de saúde decidiram cortá-lo da rotina.

"Testei vários protocolos de rapamicina, incluindo semanal (programações de dosagem de 5, 6 e 10 mg), quinzenal (13 mg) e semanal alternado (6/13 mg) para otimizar o rejuvenescimento e limitar os efeitos colaterais", compartilhou o magnata no X. "Apesar do imenso potencial dos ensaios pré-clínicos, minha equipe e eu chegamos à conclusão de que os benefícios da dosagem vitalícia de rapamicina não justificam os efeitos colaterais pesados".

Johnson listou que teve infecções na pele e nos tecidos moles, níveis anormais de gordura no sangue, açúcar elevado no sangue e frequência cardíaca em repouso mais alta.

"Sem outras causas subjacentes identificadas, suspeitamos de rapamicina e, como os ajustes de dosagem não tiveram efeito, decidimos descontinuá-la completamente", admitiu.

Médicos ouvidos no documentário sobre a saga do milionário já questionavam a ausência de dados sobre a eficácia da substância para o anti-envelhecimento. Eles cobravam estudos científicos mais rigorosos sobre a aplicação e apontavam o risco de efeitos colaterais.

Ao confirmar ter abandonado a rapamicina, Johnson citou um estudo recente que "mostrou que a rapamicina aumentou o envelhecimento biológico" em duas medidas e "foi ineficaz" em outras.

Apesar da mudança no protocolo, Johnson ainda adota outras metodologias de eficácia científica questionada, como a troca de plasma multigeracional com seu filho adolescente e seu pai idoso.