SÍRIA

Prefeito sírio acusado de ligações com regime deposto é executado publicamente, diz ONG

As novas autoridades não fizeram comentários imediatos sobre a morte de Kneneh, que, segundo o OSDH, provocou provocou comemorações entre os habitantes

Combatentes antigovernamentais montam guarda no norte da Síria - Aref Tammawi/AFP

Uma ONG informou, nesta sexta-feira (10), que homens vinculados à novas autoridades sírias executaram  publicamente o prefeito de Dummar, um subúrbio noroeste de Damasco, alegando que ele era leal ao regime derrubado.

"Mazen Kneneh, conhecido pela sua lealdade ao antigo regime, foi executado" por homens armados pertencentes à coalizão armada que tomou o poder no dia 8 de dezembro, indicou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Ele foi acusado de ter “produzido falsos relatórios de segurança” que levaram muitos jovens da região à prisão e à tortura, acrescentou a ONG com sede no Reino Unido, que tem uma ampla rede de fontes na Síria.

Ele era considerado responsável pela morte de vários jovens do bairro, segundo o OSDH.

As novas autoridades não fizeram comentários imediatos sobre a morte de Kneneh, que, segundo o OSDH, provocou provocou comemorações entre os habitantes.

Nos últimos dias, as autoridades lançaram várias operações de segurança em diferentes regiões do país em busca de responsáveis do regime derrotado.

Entre as pessoas detidas se encontram "informantes dos antigos serviços de segurança do regime, homens armados leais ao regime e pró-iranianos, militares e oficiais de escalões inferiores, dos quais se comprovaram que cometeram assassinados e atos de tortura", infomrou o OSDH no final de dezembro.

O diretor da ONG, Rami Abdel Rahman, afirmou que "alguns indivíduos, incluindo informantes, foram detidos e assassinados imediatamente, o que é totalmente inaceitável".

Após uma ofensiva relâmpago, uma coalizão de rebeldes entrou em Damasco no dia 8 de dezembro, obrigando o presidente Bashar al Asad a fugir.

Poucos dias depois, enquanto a comunidade internacional expressava sua preocupação pela tomada de poder dos islamistas radicais, as novas autoridades prometeram um "Estado de direito".

No final de dezembro, o novo chefe dos serviços de inteligência geral, Anas Khattab, criticou "a injustiça e a tirania do antigo regime", afirmando que o aparato de seguraça seria restaurado.