Grupo de bilionário faz oferta pelo TikTok antes de a Suprema Corte dos EUA selar destino do app
Plataforma de vídeos curtos pode ser banida do país ainda neste mês, caso sua controladora, a chinesa ByteDance, não a venda para uma companhia americana
O grupo de defesa da internet Project Liberty, do empresário Frank McCourt, disse ter apresentado uma proposta para comprar o TikTok, a pouco dias antes de entrar em vigor um possível banimento da rede social controlada pela chinesa ByteDance dos Estados Unidos, mostra reportagem da CNBC.
De acordo com a reportagem, o Project Liberty e seus parceiros, conhecidos como “The People’s Bid for TikTok”, reestruturariam o aplicativo para operar em uma plataforma de propriedade americana e priorizar a segurança digital dos usuários, indica comunicado divulgado na quinta-feira.
“Apresentamos uma proposta à ByteDance para concretizar a visão do Project Liberty de um TikTok reinventado – construído em uma base tecnológica americana que coloca as pessoas em primeiro lugar. Mantendo a plataforma ativa sem depender do algoritmo atual do TikTok e evitando a proibição, milhões de americanos podem continuar a desfrutar da plataforma, disse McCourt, fundador do Project Liberty, no comunicado.
Um porta-voz do Project Liberty disse à CNBC que o grupo não vai divulgar os termos financeiros da oferta, mas confirmou que a ByteDance recebeu a proposta. A reportagem aponta que a iniciativa tem parceria com o grupo de bancos de investimento Guggenheim Securities e o escritório de advocacia Kirkland & Ellis. Seus apoiadores incluem defensores da segurança digital, o investidor Kevin O’Leary e o inventor da World Wide Web, Tim Berners-Lee.
Nesta sexta-feira, nos Estados Unidos, onde cerca de 150 milhões de pessoas usam o aplicativo, o TikTok e sua empresa-mãe, a ByteDance, apresentarão seus argumentos à Suprema Corte para que derrube uma lei que obrigaria o aplicativo a ser vendido ou banido dos EUA, que foi sancionada pelo presidente Joe Biden em abril do ano passado.
Caso não haja decisão favorável, o aplicativo pode ser vetado no país até o dia 19 deste mês, antes de Donald Trump retornar à Casa Branca no dia 20.
No fim de dezembro, Trump pediu à Suprema Corte que suspenda a lei que prevê a proibição do TikTok no país. Dias antes, numa última cartada para reverter o banimento, o CEO do TikTok, Shou Chew, reuniu-se com o presidente eleito para tratar do assunto. A plataforma chinesa também recorreu à Suprema Corte do país.
Em 6 de dezembro, o Tribunal de Apelações dos Estados Unidos para o Circuito do Distrito de Colúmbia decidiu a favor da lei, conhecida como "Lei de Proteção dos Americanos contra Aplicativos Controlados por Adversários Estrangeiros", argumentando que as justificativas de segurança nacional do governo para a proibição eram suficientemente convincentes.
Três dias depois, o TikTok apresentou um documento judicial argumentando que o banimento do aplicativo custaria US$ 1,3 bilhão em receitas e ganhos a pequenas empresas e criadores de conteúdo nos Estados Unidos em apenas um mês, e que mais de 7 milhões de usuários nos EUA realizam negócios no app de vídeos curtos.