Janeiro seco: saiba quais são os efeitos de um mês sem álcool no corpo
Movimento internacional, que evita a ingestão de álcool por um mês, tem ganhado adeptos interessados em saúde e bem-estar
Um mês inteiro sem ingerir uma gota de álcool. Topa? Se essa missão lhe parece tortura, para um quarto dos adultos em idade legal nos Estados Unidos, essa foi a alternativa mais viável em janeiro do ano passado, segundo empresa de análise de dados do consumidor, CivicScience.
O grupo em questão não está isolado e endossa um movimento internacional que tem influenciado cada vez mais o mercado gastrô.
Sim, companheiros de taças e copos erguidos, o chamado ‘Janeiro Seco’ veio para ficar, impulsionado pela mensagem de saúde almejada pela Geração Z (nascidos entre 1995 e 2005). E o que antes era apenas um desafio detox pós-fim de ano virou campanha oficial, criada em 2013, no Reino Unido.
A coisa ficou tão séria, que os adeptos nos anos seguintes só fizeram aumentar ao redor do mundo. Segundo pesquisa do Alcohol Change UK, instituição de caridade responsável por encabeçar a campanha, 65% das pessoas perceberam uma melhora geral na saúde.
Já 70% disseram que passaram a dormir melhor, enquanto 86% afirmaram que economizaram mais dinheiro.
Saúde
Segundo a nutricionista Helen Lima, as alterações provocadas pelo álcool no corpo dependem muito da quantidade ingerida e do estilo de vida do indivíduo.
“A partir daí, teremos uma incidência maior ou menor dos sintomas”, explica, destacando ainda que os efeitos vão estar relacionados diretamente com o órgão responsável pela desintoxicação, que é o fígado.
Por outro lado, a especialista reforça que o organismo bem que agradece a diminuição da bebida ou mesmo o detox.
“É possível notar, nesse período, a melhora no sono, mais disposição para o dia a dia e até mesmo alterações estéticas, como a pele mais hidratada”, completa, lembrando que a grande ação do álcool no corpo é a desidratação. "Um desvio da água e dos antioxidantes do corpo", completa
Produção
Uma percepção que, claro, já chegou aos balcões de muitos estabelecimentos gastrôs.
“É uma realidade. Quando chega dezembro, já estamos pensando nesse assunto para o mês de janeiro”, destaca o mixologista pernambucano Luciano Guimarães, que é consultar e comanda os bares Ponto Cego e Candelária, na Zona Sul do Recife.
Eis que entra em cena o chamado “mocktail”. E não confunda com suqquinho. Ele é um coquetel que une sabores, sem a adição da bebida alcoólica.
“Ele cresceu muito no mercado. Eu vejo pelo Instagram, do Ponto Cego e Candelária, e pelas consultorias que coordeno o pessoal perguntando muito. E isso vem acontecendo desde a pandemia. Sem falar que a própria indústria vem apostando nos coqueteis de baixa graduação alcoólica”, continua, reforçando a existência de gin, run e vodca livres de álcool no mercado.
Na prática, Luciano reforça que, sim, é possível fazer uma combinação complexa e criativa, que toma partido de técnicas e ingredientes úteis na produção desses coqueteis.
Uma alternativa que vai além de um mês inteiro dedicado à "seca". Ou você nunca foi amigo da vez naquela rodada com os amigos?